28.11.08

Pira aleatória

Nem sequer vi chegando. Quando percebi já tinha tomado conta. Ocupava mais espaço do que deveria. Fez um estrago danado. Isso apareceu do nada. Sem razão, sem querer. Me pegou de surpresa e desprevinida. Virou tudo de ponta-cabeça, me fez perder chão, rumo e fôlego. Involuntário. Mas bem-vindo...

27.11.08

Parei de postar aqui e algumas pessoas têm ficado preocupadas. Eu estou bem. A cidade está um caos. Tudo muito triste de ver. Mas as pessoas mantêm a fé e a esperança de que tudo vai acabar. Eu tento me sustentar firme nesse sentimento.
Embora meu bairro não tenha sofrido com a enchente ou deslizamentos, as notícias que nos chegam no jornal têm me afetado. É muita dor. Gente que perdeu tudo, inclusive a família. Tem quem não tenha pra onde voltar. As pessoas largaram tudo pela vida. E outras tentam ajudar da maneira que podem. Infelizmente há os que se aproveitem da desgraça alheia, mas a soliedariedade é a palavra de ordem. Muita fé, Blumenau. Vamos reconstruir tudo.

26.11.08

Mesmo que mude

Quanto tempo perdido, quanto engano. Uma falsa inspiração. Uma coisa que não o é. Uma coisa que não sabe o que é. Mas disfarça.
Hoje não mais me engana. E abre agora um espaço. Por alguns momento o órgão pensante assume o comando. O órgão pulsante já errou demais.
Uma nova luz, uma nova chama. O suficiente para derreter esse gelo. Uma mudança de ares com certeza. Do glacial para o árido.
E um pensamento constante. Uma nova inspiração, uma nova ambição. Um sorriso nos lábios, um bem querer distante.
Tanto faz. O importante é a mudança. O que resta nunca é igual. Mesmo que mude a vida não pára.

texto etílico...

25.11.08

Conversa com meus botões

Se quiser guabiju, balance o galho...

19.11.08

little joy disse

Nara e Mara estão de volta

Olha só. Bem debaixo dos olhos. Ali. Elas voltaram. Mara e Nara, minhas olheiras, voltaram ao meu rosto. Dessa vez, pra me lembrar de que nem sempre os finais são infelizes. Quer dizer, não até agora. Bom, reescrevendo: elas me avisam que os começos não precisam ser tão angustiantes.
O bom é que elas voltaram como indício de que a espera - seja a imediata dos encontros ou aquela que parecia eterna - vale a pena. Agora, Mara e Nara regressam porque tenho a quem esperar.

17.11.08

Vasto mundo


Olhou pela janela e o horizonte não estava ao seu alcance. Era um vasto mundo lá fora. Muitas terras e fronteiras. Muitas pessoas e amigos que ainda não conhecera. Coisas que aconteceriam uma única vez e não presenciaria. Pilhas de livros a serem lidos. Filmes e músicas desconhecidos. Havia tanta coisa no mundo que queria conhecer. Será que um dia veria o cometa Halley? Ou quem sabe um dia de paz na Terra? Conclui que sua vida era curta diante de tantas coisas que queria fazer. Por isso cada dia seria um dia novo e de várias decisões e planos concretizados. Nenhum segundo poderia passar em vão. Que desperdício... Todos os espaços em branco seriam coloridos. Sopraria um pouco de ar no vácuo. Daria um impulso quando o balanço estivesse parando. Sorriria quando sentisse tesos os músculos do rosto. Dançaria na chuva se estivesse triste. Correria sem rumo se sobrasse tempo. Esse era o plano.

14.11.08

Relato dos amores eternos e almas gêmeas

Ainda engatinhamos na vida. Hoje foi essa a sensação que tive: de começo, de aprendizado. A descoberta de que almas gêmeas existem me fez cair na real. Uma realidade diferente do que tinha esperado até então.
Sempre foram as dores o meu despertar. Dessa vez, acordei e vi o amor possível, o carinho eterno, a cumplicidade permitida e a simplicidade da união. Conheci hoje Salim Miguel e Eglê Malheiros. Ele, 84 anos, ela, 80.
O casal de escritores não precisa fazer muito para revelar-se almas gêmeas. Nota-se pela maneira com que se completam, como se fossem um. Para quem não conhece,Salim Miguel é libanês, veio parar em Santa Catarina com a família aos 3 anos e, depois de exilado, viveu no Rio de Janeiro. Sobre Eglê sei pouco. Sei apenas que ela sabe de sua descendência negra - embora a pele muito clara a contradiga - pelos olhos verdes e, portanto, considera-se a "liga das nações". Ela não se apega a identidades geográficas.
Encontrei os dois para uma entrevista rápida no saguão de um hotel. Na verdade, a conversa era com ele, que está lançando um livro novo. Mas, lá estava ela, a sua parte, folheando os jornais e relembrando-o de importâncias a serem ditas à jornalista.
Ele também já foi jornalista. De certa forma, ainda é. Pergunta e se interessa como os bons catadores de notícia. Não daquelas notas efêmeras esquecidas no dia seguinte, mas daqueles que montam personagens, reescrevem cenas sem a pieguice dos pretenciosos. Como bom jornalista, Salim sabe ouvir.
Completando a cena, estava eu. Projeto de jornalista, novata perto de quem muito sabe. Mas nenhum dos dois se importou com a minha inexperiência. Sorriam muito e estavam visivelmente felizes por estarem ali.
Percebi que estava em frente à uma união rara quando a vi interromper delicadamente a entrevista para lembrá-lo de coisas esquecidas. E ele agradeceu gentilmente, informando-me que ela faz o papel de ser os seus olhos.
Salim perdeu 70% da visão há alguns anos. Pensou estar perdido porque escrever era a primeira das duas únicas coisas que sabia fazer. A segunda, ler, também lhe fora roubada. Mas Eglê estava ao seu lado. Desde então, ela lê todos os dias os jornais para ele, revisa o que ele dita para o neto e o guia para onde ele quer ir. Eglê não faz isso obrigada, ela é parte dele e com ele deve ficar.
No prefácio do livro Minhas Memórias de Escritores, Cícero Sandroni escreveu sobre o casal algo que me parece traduzi-los: "Seria Salim Miguel o que é e representa sem Eglê Malheiros? Não", pois ela "se olha no espelho e se diz: há aí um outro. E este outro é Salim Miguel".
É por essas descobertas que eu amo minha profissão. Por saber que quase todos os dias encontrarei personagens como Salim e Eglê. E é isso que me faz acreditar que a ficção é fascinante, mas a vida real pode surpreender a ponto de inspirar a acreditar.

7.11.08

Arte transformando vidas

Vou escrever rapidinho. Pretendia escrever bem mais, mas estou com bastante sono. Agora é 00h40min, cheguei faz uma hora do Fenata, Festival de Teatro de PG. E há alguns dias eu estava bem desotivada para escrever aqui, mas depois de peças maravilhosas, que nos fazem pensar e refletir, algo de novo surge.

Acho instigante e estimulante o poder que a fruição estética da arte provoca nos homens. O sentimento de transformação, de catarse, de viagem às raízes e aos sonhos mais arraigados de nossas mentes e corações.

São em epifanias como essa que lembro o porquê de eu amar tanto a música, o teatro e o cinema. E claro, as outras artes também. Todo tipo de arte surge de um processo e de um olhar sobre a realidade e quando ela é apreciada, as reações são diversas.

Quando existe a transformação, então... o sentido da arte se faz concreto. O que ela nos desperta é seu produto final e é aquela sensaçãozinha no final que nos faz sertimos mais humanos, mais amados, mais vivos e de certa forma autores de nossa existência.

3.11.08

uma vida pra Marina

Estou pensando seriamente no destino da Marina. Todos os dias eu reflito o que vai acontecer com ela. A primeira parte nasceu do nada, mas o resto que ainda está pra surgir demora pra aparecer. Prometo que continuarei.
Assim como o destino dela, tenho outras coisas a resolver. Mas agora to falando da vida real. Uma boa notícia surgiu e pode mudar tudo, de uma hora pra outra. O que fazer?

Esperando o quê?

O fim do mundo, a beira do abismo, uma grande epifania? Do jeito que está, está bom?
Vai ficar parado, esperando ser atropelado? Vai assitir a vida passar sentado?