30.5.09

27.5.09

Ficando melhor...


"Vamos admitir: as coisas estão melhorando"


Não acredito que haja um dia em que tudo seja perfeito. A tendência é de altos e baixos, mas podemos tentar ser melhores todos os dias. Mudar nós mesmos, para depois mudar as coisas ao nosso redor. Dar um pouco mais de si e ver uma luz no alto do poste.

26.5.09

Por que ela vem


Ela vem... depois vai embora. Me pergunto se sua visita é necessária. Uns correm para pensar, outros uivam para a lua. Eu chamo a Alice. Ontem, eu questionava se havia necessidade, se o ônus não seria pesado demais, as consequências um tanto inconsequentes.

Até me dar conta que é quase um ciclo. Amor, desilusão, dor e limpeza. Alice usa a marreta para terminar de quebrar o que ficou das ruínas. Ana Carolina vem depois para a reconstrução. Para escolher as cores das paredes e os novos móveis.

E tem sido assim. Ana Carolina não é boa em ir à forra. E essa é uma etapa necessária após alguns tipos de lutos. E melhor que vestido preto, só um pouco de loucura. Alice é boa em providenciar curas milagrosas.

Mas sim. Ela vai embora. Eu lembro que sou consequente. Que penso demais. Que algumas coisas não se resolvem just like this. Então, eu recomeço.

25.5.09

Desconfie

Se todos te perguntam se você está bem, o que está acontecendo. Se dizem que você parece abatida ou chata. Que está falando pouco, anda sumida. Se reparam em suas olheiras, reclamam do humor... aí tem. E é um fato: nem sempre você sabe porquê. Uns vão dizer que desconfiam, mas então você diz que não é o que estão pensando. É outra coisa. Na verdade, talvez a pessoa não tenha certeza, porque são várias coisas. Mas provavelmente, o que ela precisa é sair desbaratinar com os amigos. Pra começar. Essa pessoa deve estar se sentindo sozinha com seus problemas. É um problema de paradigma, sabe. Todos vivem em crises privadas e pessoais. Mas a falha é no sistema. É o fim da história, como diria Fukuyama. Falta de perspectivas. E necessidade de novas formas de nadar contra a corrente. Enquanto isso, aparecem as olheiras e você fica chata e depressiva. E todos ao redor reclamam que você está estranha. Mas eu digo: o mundo é que é estranho.

Cansei

Cansei um pouco de mim.
Cansei dos meus planos e objetivos.
Cansei do meu reflexo no espelho.
Cansei da rotina e de algumas pessoas.
Cansei de situações.
Cansei de repetições.
Cansei.
Vira a página para mim, por favor.
Estou cansada.

24.5.09

just do it

change it cause you feel it not because you saw it

22.5.09

Amor

"Tomei consciência de que a força invencível que impulsionou o mundo não são os amores felizes mas os contrariados".

Gabriel García Márquez

Mesmo pessoas de fortes convicções fraquejam diante dele. Muitas certezas caem por terra. Eu já questionei. Já desconfiei. Neguei até a morte. Mas hoje sei: o amor é o que nos motiva a viver. Quem diz que não, nunca amou ou já sofreu demais. Sem saber que o amor negado é o que nos faz crescer e buscar cada vez mais.

Fora de moda ou enferrujado, lá está ele. A maior das transgressões. Que nos permite desconhecer-nos. Negar nossos princípios. Questionar nossas verdades. Mudar por alguém. Eis a grande ameaça e desafio maior ainda.

"Sem o amor, somos tensos. Com amor, somos intensos". Queremos escrever poesia. Mudar de país. Trocar de vida. Provar o que não pode ser provado. Não lutamos até a morte pela pátria, mas alguém já desejou, ao menos um dia, morrer de amor.

E tudo isso para ficar marcado sob a pele. Os amores curtos e fulminantes. Os inesquecíveis. Os invencíveis. Os edificantes. Apenas o amor.

21.5.09

Ahhh, Dona Alice

20.5.09

Alice


Meu alter ego. Meu id. A garota da faxina. Se faxina consistir em quebradeira e arruaças. Chamo ela para o trabalho sujo. Terrorismo, roubar placas e cones de rua, sexo casual e bebedeiras inconsequentes. Ela é hedonista. Busca o prazer pelo prazer. Curte rock e solte a franga. E ela me faz bem.

Ela é boa em esquecer. Não se apega. Vive a vida sem piscar os olhos. Ela não planeja. Apenas executa. Não sorri, mas mostra os dentes. Não se ofende, mas também não leva desaforo pra casa. Ela está bem guardada, mas louca para sair brincar.

19.5.09

Troca


Calçou as galochas e no lugar de chapéu uma nuvem. Dessas cinzentas e chorosas. Trocou o coração por uma caixinha de música que tocasse no mesmo compasso. Colocou gatos em gaiolas e soltou os passarinhos. Podou as flores e deixou os espinhos. Queimou cartas e fotos. Passou a agenda de telefone a limpo.

Limpou as vidraças e pintou as paredes. Abriu as portas e ligou a vitrola. Tirou o pó dos vinis e arejou as músicas. Esvaziou as gavetas e deixou as roupas respirarem. Por fim achou um laço que ficava melhor que a nuvem nos cabelos.

Colagem

Me canso
e me rasgo em pedaços
me pico e jogo fora
pra depois colar os pedaços

montar em outra ordem
jogar umas partes fora
acrescentar outros recortes
e fazer um novo eu

17.5.09

Querer

É um querer que eu não quero
querer que não pode
e que se souber que eu quero
não vai querer também

Oh, Pablo...

"SABERÁS que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo todavia.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desditoso.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.
Por isso te amo quando não te amo
e por isso te amo quando te amo."





Pablo Neruda.

16.5.09

temos o direito de sermos iguais quando a diferença nos inferioriza
temos o direito de sermos diferentes quando a igualdade nos descaracteriza

[Boaventura de Souza Santos]

O medo

Quando eu era pequena, imaginava como seria o mundo sem gravidade. Poderíamos andar no teto e se não fôssemos cuidadosos, cairíamos no infinito azul do céu. E isso me dava medo. Mesmo não tendo lógica. Assim como medo de altura, ou medo de aranhas. Geralmente, medo é uma coisa irracional. E medo é sempre o avesso de liberdade.

Uma vez, entrevistei um filósofo em Blumenau que dizia que o medo da violência, por exemplo, nos aprisionava dentro de nossas casas. O medo nos impedia de fazer algumas coisas. Nos privava de viver plenamente.

Medo. Medo de perder. Ser livre é não ter nada a perder. Não ter medo de cair, não ter receio de tentar. Não temer o futuro ou as coisas incertas. Realmente arriscar.E deixar pequenas coisas de lado. Medo do escuro, de insetos, de amar e de mudar de ideia.

15.5.09

Oswaldo Montenegro também gosta de listas...

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

[A lista]

Oswaldinho presente nos nossos blogs.. né, Du?

14.5.09

hoje resolvi escrever


estou fazendo um diário. pronto, falei. não, ele não é rosa. não, ele não tem embalagens de bombons coladas nas páginas. e não é bem um diário. é mais um semanário. decidi fazer isso depois que li uma matéria sobre insônia.
estudos dizem que pessoas que pensam demais na vida têm problemas para dormir (e alguém ainda precisou pesquisar pra chegar a esta conclusão...). enfim, eu pensei nisso antes de dormir. um dia, na fila da Americanas, vi que as agendas estavam em promoção. R$ 3 cada! também, já era abril. uma nota de R$ 2 mais uma de R$ 1 (espécie quase em extinção. comumente encontrada na cantina do meu trabalho). imperdível.
meu diário tem capa que imita couro e é marrom claro. não tem nada demais, a não ser as zilhões de moedas no mundo. e uma pequena parte do que eu penso. antes, eu fazia isso aqui.
desde que li uma crônica ótima da minha chefe, a Mônica Torres (agora com blog), baseada em algo que a Luma Santos (ela já tinha blog antes) contou,comecei a repensar sobre as lamentações online. um amigo da Luma disse que o twitter é um spoiler da sua própria vida. ou seja, pessoas como eu são maníacas pelos "refreshs" e botões "publicar" da vida e, na falta do que falar, falam de si mesmas (como agora, ironicamente).
eu me vi nesta situação quando cheguei no trabalho e o Cristiano Santos (agora com blog) me perguntou o porquê do mau humor. eu ainda nem tinha tido tempo de responder o "oi" dele e ele já sabia que eu tinha discutido com alguém sobre o ar-condicionado.
O fato é que o diário dá maisoumenos certo. assim, é bacana pra descarregar tudo. só que sem comentários. não sei se isso é bom ou ruim. ainda.

A magia que nunca acaba...

Precisamos fazer um desses em Ponta Grossa, hahahaha...

11.5.09

Melhor nem saber...

... o dia que vai morrer
... os números sorteados no dia que você não apostou
... o que aprontou quando bêbado
... spoiler de filme
... onde está a outra metado do bicho da goiaba
... depois da notícia boa, qual a ruim
... quantos minutos falta para o despertador tocar
... que aquele cara lindo que nunca vai te dar bola é gay
... de promoção alguma quando acabou o limite do cartão
... que o iogurte está vencido, depois que já tomou
... o valor da fatura do cartão desse mês
... que o chute estava certo na questão da prova que você deixou em branco
... que você estava quase chegando lá quando resolveu voltar
... que você gastou os últimos centavos pra pegar ônibus naquele chocolate

(com a colaboração de Luma Catarina)

10.5.09

Definição

Quem sou? Pergunta difícil. Esse final de semana ouvi muitas discussões sobre isso. Alguns acham mais fácil dizer o que não são. Eu acho difícil de qualquer jeito. Porque às vezes penso ser algo, mas talvez tenha mudado e não percebido. Já fui muito tímida. Hoje, apenas para algumas coisas. Dou risada demais. Nem todos sabem disso. Mas faço piadas o tempo todo e dou risada quando estou nervosa ou tensa.

Já fui mais dura na queda. Hoje, choro por causa de música de comercial na TV. Já fui avessa a romantismo, casamento e filhos. Hoje estou mais sensível à ideia, mas penso muito em adoção. Tenho irmão adotivo e penso que muitas crianças não têm família nesse mundão de meu Deus.

Gosto de música. Principalmente rock. Mas me pego ouvindo baladas, sertanejos de novela, reggae ou tudo que tenha boa letra e melodia. Gosto de cantar, mas tenho vergonha de cantar em público. Gosto de escrever... poesia, ficção, reportagem, pensamentos e desabafos. Já escrevi um livro na graduação... mas ficou horrível. Gosto de ler. De tudo, até bula de remédio. Assuntos culturais em geral me fascinam.

Quero um mundo melhor. Creio que a atual política de desmonte do Estado e dos direitos sociais deve mudar. Acredito na coletividade, no poder da cidadania, na força do povo e na iniciativa de manifestações públicas. Quero ser cientista social. Sou cristã. Entro em muitas crises por isso, por tentar ser melhor com o próximo e pelos conflitos entre fé e razão.

Sou prolixa, às vezes pedante. No geral, eu sou meiga, mas quando me irrito tenho um péssimo gênio. Acho que assusto algumas pessoas com a insistência em determinadas circunstâncias. Tenho dificuldade de esquecer amores. Sou relapsa quando penso demais, com direito a visão e audição seletiva. Na minha cabeça, tenho ambições grandiosas e malucas, mas ponho pouca coisa em prática.

Perco o fio da meada e acabo me perdendo em textos longos como esse... melhor parar... Essa é uma tarefa de titã e eu ainda estou em processo de construção. Não sei me definir. E gosto de estourar plástico bolha.

Teimosia

Se for pra lutar por um mundo melhor, quero ser chamada de teimosa. De querer estudar mais quando não ligam para a educação. Ler quando queimam livros. Sonhar quando já não descansam mais. Eu vou ser teimosa, sim.

Vou separar o lixo reciclável, vou reaproveitar o papel. Vou falar quando não querem ouvir. Vou dizer que existem injustiças. Vou confessar que sou hipócrita às vezes. Que tem dias que não quero pensar no mundo em que vivemos. Mas há dias em que vou olhar pela janela e querer a revolução.

Dizer para as crianças que o mundo pode ser bom. Que quero que exista uma vida decente para meus filhos. Vou quebrar a cara. Vou fazer discurso em carro de som e usar nariz de palhaço. E não vai ser a primeira vez.

Eu esqueci quem eu era. Mas hoje eu acordei. E acordei para fazer a diferença.

7.5.09

A arte de virar a página


Segure delicadamente a ponta inferior da página à direita no livro e faça um movimento de arco da direita para a esquerda. Página virada.

Por que eu preciso de equilíbrio?

Porque eu sou desiquilibrada
eu ajo por impulso, sem pensar
eu tomo atidudes durante o calor do momento
me precipito em decisões
falo o que não devo quando estou com raiva
se alguém me magoa eu tento revidar
eu demoro a perdoar os outros

É uma lista interminável. Mas eu estava um pouco na dúvida, mas ontem tive certeza. Equilíbrio em cápsulas, por favor!

5.5.09

Equilíbrio


Onde compra? Eu quero uma dose... cavalar! Pra elefante, se tiver. Cansei de oscilar, preciso de equilíbrio. É preciso mudança. Falar menos, ouvir mais. Bater menos de frente com os outros. Desencanar dos problema. Abrir mão do que me faz mal. Evitar pessoas e situações problemáticas.

Preciso de um ponto de equilíbrio. De algo que me realize e me agrade. Que eu seja melhor, ofereça mais às pessoas e realmente contribua para o bem geral da sociedade. Não precisa ser através da comunicação ou jornalismo, mas quero fazer diferença na vida das pessoas. E sei que não vou conseguir isso sendo desiquilibrada, haha. Eu devo aprender a sublimar meu problemas para dar atenção aos outros.

Ter bons objetivos. Metas importantes. Por mais pesinhos positivos na balança. Chega de dar importância a coisas desimportantes. A hora é de arregaçar as mangas e fazer a diferença.

4.5.09

Amendoins

Odeio aquele pensamento: "eu era feliz e não sabia". É a pior coisa para se constatar. Na hora parecia coisa corriqueira, mas hoje, através da lupa do passado, parecia tão bom. Hoje, eu fui no shopping com meu irmão para pagar umas contas. Passei na Americanas e ele pediu pra eu comprar um pacote de amendoim.

Viemos mastigando, durante o caminho de volta. E tudo que eu conseguia lembrar era do tempo em que eu morava em Blumenau. Na época, meus hábitos alimentares eram terríveis. Eu e a Roberta vivíamos de pipoca, amendoim e cerveja. Inúmeras vezes comprávamos aquelas caixas de 18 latas e matávamos num final de semana. Bons tempos...

Minhas lembranças etílicas foram mais longe. A noite fria de hoje me lembrou os seminários de comunicação do meu curso de jornalismo. Após as palestras, eu e as meninas íamos tomar quentão com gemada na saída da UEPG. Lembrei também de quando trabalhava na TV. Eu, Mileide e Jéssica comprávamos a vodka mais barata para tomar em alguma esquina da avenida Munchen.

Não, não é falta da bebida que eu sinto. É da atmosfera. Daquela sensação de nada a perder. Das risadas, das piras. Das companhias. Hoje meus amigos estão indo embora, ou já foram, ou planejam ir. Crescer sucks. Meu consolo são as eternas lembranças e os eternos amigos. E saber que ainda há muito pela frente.

O mundo ainda gira. O tempo não para. E existe muito amendoim por aí.