29.3.10

Lista surreal para novo ano


Adoro listas. Listas do que fazer, o que comprar no mercado pra ir acampar, de amigos para festas. Livros para ler, filmes para assistir. As mil coisas que quero fazer antes de morrer. Listas. Listas. E hoje não é diferente. Vou listar desejos para o meu ano novo particular. Aquilo que eu espero que aconteça ou o que eu devo fazer pra que tenha um bom ano... Vamos a ela!

Colorir espaços em branco
Dividir biscoitos e luares
Amar os amigos, mesmo os mais pentelhos
Fazer dos tombos passos de dança
Transformar rabiscos em licença poética
Mordiscar nuvens sem se lambuzar
Não desdenhar as estrelas menores
Recomeçar sempre, principalmente nos finais
Sorrir mesmo com alface no dente
Abraçar sem aviso
Beijar com gosto
Falar a verdade sem cruzar os dedos
Deitar na relva pra descarregar
Sonhar com legendas pra facilitar
Doar ombros e colos aos mais necessitados
Abrir mão da saudade às vezes
Abocanhar felicidade
Atropelar pulgas que moram atrás da orelha
Viajar infinito
Cantar primaveras
Colher outonos
Aconchegar invernos
Extravasar verões
Soltar a franga, a coala e de vez em quando a panda albina
Pingar os dias
Regar as noites
Não conter lágrimas, elas são pesadas
Plantar futuros
Ninar as risadas
Despertar alvoradas
Viver de amor e água

Os bons tempos voltaram



Veja, você se esqueceu
Não sei porque
Nós já fomos tão felizes
Recorda o que passou
Queria vê-la outra vez
E juntos sermos felizes talvez
Passear no parque
Deitar na grama

Tomar uma coca 
E assistir um show de Rock com você
Com você, com você
Eu só queria, eu só queria ter você
Enfim pensamos em nós
Vivemos o dia de hoje
Sem ligar pro amanhã
Os bons tempos voltaram
Os bons tempos voltarão
Os bons tempos voltaram

Sempre sempre sempre sempre
Adoro você, eu adoro você
Adoro você baby, baby, baby

21.3.10

Reclamando de barriga cheia

Na boa, não sei porque faço isso. Mas a cada aniversário, eu tenho um bom mês de pira. Não creio que seja medo de envelhecer. Isso é um fato (paciência) e todos têm o mesmo destino... É mais aquela pira (ou lombra, haha) de não ter conquistado tudo que gostaríamos. E por isso que digo que reclamo de barriga cheia.

Não lembro quando essa mania começou, mas lembro de 2007... eu tinha uma lista de frustrações enormes. E sabe o que aconteceu? em questão de 2 meses eu resolvi todos! Foi o ano que mudei pra Blu, arrumei um trampo massa, tirei a carteira de habilitação... etc etc. No ano seguinte, meses depois, voltei pra casa, fiz mais um monte de coisa bacana...

Ano passado, eu estava desempregada e com mais algumas decepções na manga durante meu aniversário. E mais uma vez tudo se resolveu. Isso, sem mencionar, que todas as festas de aniversário foram maravilhosas e eu estava na presença dos meus amigos do coração. Disso não posso reclamar.

E este ano? A crise está chegando, mas tenho uma viagem marcada para a Europa, estou terminando uma pós, trabalhando bastante, amigos maravilhosos, tudo tudo super bem. Resumindo, a reclamação é que não tem do que reclamar, rs. Uma pendência aqui ou ali, que dependem de intervenção divina. E uma tradição de grandes acontecimentos pós-niver. Então que venham as surpresas!

19.3.10

Existe um coração

"Existe um coração. Eu só queria que vocês soubessem disso. É um coração bem grande e generoso até demais, pronto para fazer todo mundo caber dentro dele. Um coração que oferece casa, comida, roupa lavada, amor, carinho e amizade de verdade. Existe esse coração. E ele não muda de acordo com as datas do ano. Ele é o mesmo no Natal, no Carnaval, no frio de junho. Talvez no frio ele fique mais contente e calmo. Mas o fato é que existe um coração que se machuca ao menor toque descuidado. Sai sangue. E esse coração, para se defender, tira correndo a pessoa que encostou ali de mau jeito e provocou o machucado tão dolorido. Pode doer tirar. Mas ele tira. Arranca aquela pessoa dali. Porque existe um coração sensível, generoso e disposto a dar casa, comida, roupa lavada, amor, carinho e amizade de verdade. Era só isso o que eu queria dizer para vocês, meus amigos. Existe um coração exigente. E ele vai continuar assim porque já se sabe que certas coisas não mudam nem são ruins. Elas são assim. E pronto.Quinze anos de análise e o coração continua o mesmo. E quem conhece bem de perto e de verdade diz que é bom que seja assim. E ama esse coração assim mesmo, do jeito que ele é. Ele e os seus caprichos".

(Nina Lemos - 02 neurônios).

17.3.10

Baby

Devendra Banhart ~ Baby from Ron Winter on Vimeo.

Carla Bruni disse...

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux

Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

On dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parait qu'le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou


Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
"il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit"

Tu vois quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit...
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux,

10.3.10

Aos amigos


Sempre que estou angustiada, triste ou perdendo a fé eu paro pra pensar. Elenco todas as pessoas que estão do meu lado, dia após dia, longe e de perto e, sem perceber, já começo a sorrir. Porque não se pode abalar quem tem amigos de verdade. Os obstáculos e aflições existem, mas a superação acontece.

E são essas pessoinhas, escolhidas a dedo para serem meus irmãos de jornada, fazem parte das vitórias e consolo nas derrotas. Não é casamento, mas estão presentes na alegria e tristeza. E sempre que alguém parte, deixa um vazio gigante que ninguém consegue preencher. 

E sei que cada um de nós pode olhar para o lado e oferecer o ombro, os ouvidos e o coração. Vamos dividir os pesos as dúvidas e medos. E estaremos sempre unidos, de mente e coração, na amizade que dura para sempre.

"Saiba que com amigos por perto, tudo dá certo, se alcança qualquer objetivo, se ultrapassa qualquer obstáculo".

8.3.10

Vou guardar na memória e queimar o resto...

5.3.10

Impaciência

Sim, está tudo conforme o combinado. Plano seguido à risca. Tudo se encaixando como se fosse destino. Nenhuma pedra fora do lugar. Então, por quê? Que pressa é essa? Querer apressar o fim dessa maneira. "Tudo flui como um rio". Panta rei os potamós. No final, tudo acabará bem. Cada pingo no seu I. E a viagem vai ser uma festa. Mas lá, lá na frente, você terá as respostas. Não se afobe. Tudo se encaminha para o que é pra ser.

Posteridade

destas mãos verá poucas obras
algumas letras no papel
esparramas e avulsas
um aceno, aperto de mão
dois afagos e um tapa
e uma semente no chão

3.3.10

Reflexão

Amor não é solução, é um bônus.

uma vida para Marina - parte 3

Se alguém ainda lembrar, é a terceira parte do meu projetinho que começou há dois anos. Nunca mais tive vontade de continuar a história, mas agora me bateu uma saudade e fiz mais uma parte. Espero os comentários.
A parte 1 está aqui e a dois aqui.


Faz poucos dias que Marina comprou o presente do pai. A moça da loja embrulhou a gravata azul-marinho com listras finas brancas em um papel verde-limão. Marina franziu a testa quando recebeu o pacote. Achou cafona demais, mas não fazia parte de suas habilidades fazer pacotes de presente, então, teve que aceitar o embrulho assim mesmo. O pai não ligaria, é certo.
Ela pegou o pacote do armário e fechou a porta sem antes afagar Fred. Dar comida e recolher a sujeira dele da sacada era o máximo que ela se permitia. O cachorro herdou o descaso de Marina com André.
O pai morava a meia hora de ônibus do apartamento de Marina. Ele comprou um apartamento de dois quartos com as economias que sobraram do rombo que Beatriz causou quando se separaram. O dinheiro foi poupado durante anos para as viagens que a mulher tanto queria fazer quando ele se aposentasse. Agora, servia de abrigo a Afonso. Um desperdício, Beatriz repetia às amigas.
Marina tocou a campainha enquanto Afonso terminava de aprontar a mesa. Ele conservava o ritual de colocar os pratos, talheres e copos da maneira que Luiza, a irmã mais velha de Marina, havia ensinado. Coisa que mais nova sequer tinha vontade de fazer. Era como uma afronta à Marina, eternamente comparada a Luiza, mas ela não dizia nada e sempre elogiava os esforços do pai.
Marina entregou-lhe o presente. Não era data de nada. Era só uma coisa que ele precisava sempre no escritório de advocacia. Desde que eram crianças, Afonso recebia gravatas das filhas. Tinha de todos os tipos e cores. Mesmo assim, fingia surpresa quando terminava de rasgar os embrulhos. Sorriu e abraçou Marina, apertando-a com um certo exagero para uma ocasião tão corriqueira.
Do abraço, Afonso puxou a filha pela citura e a acomodou na cadeira do lado direito da mesa retangular. Colocou na mesa um frango de padaria. Marina não se surpreendeu com o cardápio. De todos os gostos da filha, o frango assado era o que ele mais lembrava. Senão, o único. Os dois se sentaram e cumpriram o ritual domingueiro. A conversa parecia uma entrevista. Como você está? E o trabalho? E essa tosse? Foi ao médico? Luiza está bem? Veio aqui?
Pai e filha gostavam de desfiar o peito do frango com as mãos. Lambiam os dedos e terminavam de encher os copos de refrigerante quando ainda estavam na metade. Eram iguais, Beatriz sempre dizia.
Marina sofria a solidão do pai. Enquanto ele torcia secretamente que a filha mais nova ficasse solteira sempre. Afonso fingia interesse pelas dores de Marina, mas o que ele queria mesmo era a atenção que ela lhe dispensou desde a separação. Tinham em comum a decepção, o apego ao passado, a gastrite e a gordura nas mãos.

(continua, eu acho)

2.3.10

nem escrevo mais tanto, nem leio muito, nem cresci mais, nem ouvi aquela música, nem emagreci o que gostaria, nem dexei ninguém de lado, nem odiei o suficiente, nem amei o bastante, nem fui tão paciente, nem escolhi ser assim, mas nunca fui insatisfeita.
se te vejo
medo
se te sinto
minto
se te encontro
pronto