30.12.08
o que esperar de um bom ano
Tenho certeza que a Ana concorda comigo. Espécie de terapia de choque e um exercício, escrever em um blog trouxe boas conseqüências. Aprendi a lidar com medos e traumas e descobri que os problemas, na verdade, são tolos e fáceis de resolver.
Agora que eu dei uma pausa por aqui e tive tempo para pensar, escrevo sobre o que esperar para o próximo ano. Afinal, os clichês nunca morrem.
Parece que o amargor da mágoa perdeu espaço por aqui. Temos duas jovens apaixonadas, portanto, prevejo muito açúcar (isso deve espantar muita gente). Também acredito que alguns planos também sejam mudados em virtude disso. A música, no entanto, não deve parar nunca: então, haverá muitos "fulano disse" e vídeos de Youtube.
O lado ruim - que já pudemos observar - é que a frequência dos textos deve baixar. É uma lástima, mas descobri que escrevo mais quando estou triste. Porém, a Ana deve manter isso aqui funcionando (viva as declarações de amor!).
Eu deveria escrever alguma lista de metas para o próximo ano, mas tudo está bastante embaralhado na minha cabeça. As únicas promessas são: ser mais organizada e amar sempre mais (se isso for possível).
Feliz 2009, galera!
28.12.08
E se eu dissesse...
de fundo escuro
e profundidade desconhecida
você pularia assim mesmo comigo?
Sem pára-quedas
coletes salva-vidas nem nada
de olhos fechados
só você e eu
Mesmo assim pularia?
Sozinha, esse mergulho
é só uma vertigem
é um risco
é uma queda sem fim
Mas com você eu pularia
sem pensar
sem piscar os olhos
sem hesitar
Com você a viagem é segura
eu perco o medo do escuro
cair não é problema
desde que seja falling in love
25.12.08
Pablo Neruda disse...
que solidão errante até tua companhia!
Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
Em taltal não amanhece ainda a primavera.
Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
juntos desde a roupa às raízes,
juntos de outono, de água, de quadris,
até ser só tu, só eu juntos.
Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
a desembocadura da água de Boroa,
pensar que separados por trens e nações
tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos
com todos confundidos, com homens e mulheres,
com a terra que implanta e educa cravos.
23.12.08
22.12.08
Fuga da zona de conforto
de calcular riscos
medir palavras
e pôr tudo na ponta do lápis
Foram precisos léguas de terra
para entender que
recomeços são possíveis
mesmo com o fim anunciado
A segunda chance
dada ao pequeno coração
que jazia cadeado na gaveta
é o suficiente
um mergulho
sob a confortável superfície
e a constatação
de que a inércia não tem mais vez
Me resta a gratidão
por meu coração ter cedido
e para com ele
pela atenção e persistência
Restam também as léguas
e a doce memória
somada a uma nova chance
e páginas em branco
19.12.08
O que se aprende em um ano
Que não é errado se arrepender, desde que seja por algo que foi feito
Que toda experiência é válida, seja ela permanente ou temporária
Que um mesmo céu pode ter várias cores e molduras
Que se pode amar um lugar mesmo que não permaneçamos nele
Que amizade resiste ao tempo e à distância
Que saudade não mata, mas fortalece
Que família não se escolhe
Que as coisas mudam mais rápido quando não estamos por perto
Que música é divertida de qualquer jeito
Que não se pode sofrer por despedidas com antecedência
Que ADEUS não é definitivo
Que não se pode levar tão a sério
Pra lembrar o que já escrevi num antigo flog...
16.12.08
Aquele amor
Aquele que nos faz gostar de coisas bonitas
Que nos faz sorrir sem motivo
Ou sonhar de olhos abertos
Existe um que só nos faz sofrer
Que não dá certo desde o começo
Apesar de todos os esforços
Esse não quero mais
Já aquele outro
Que nos desafia a sermos melhores
Que nos abre os olhos
Que é livre e ao mesmo tempo rocha firme
Longe ou perto
É esse que quero para mim
15.12.08
Adivinha só...
8.12.08
Tratado sobre a confusão
5.12.08
uma vida pra Marina - parte 2
Nos seus 30 anos, Marina sentia-se velha, ausente de vida. Queria esquecer das perdas, mas o tempo nunca as levava, como prometiam os amigos. Assim, a tristeza envelheceu-lhe o espírito. Tornou-se amarga e criou irritações: entre elas, o tilintar dos talheres e o desprezo de Fred.
Se a pena de si mesma a prendia na cama, a agenda de domingo a incentivava a levantar. Dia de ver o pai. Seu Afonso, como a vizinhança o conhecia. Sozinho e desamparado, seu Afonso era preferido de Marina. A mãe, Beatriz, era auto-suficiente demais. Marina não apreciava o gosto da mãe pelas aulas de ginástica. Achava-a ridícula estendendo braços e pernas ao lado de adolescentes bem mais elásticas do que seus 55 anos.
Seu Afonso abafava a solidão com um sorriso sempre presente. Nas caminhadas matinais encontrava sempre os mesmos conhecidos. Todos recebiam cumprimentos e o pai de Marina não esquecia de atualizar-se sobre os outros – mais por educação do que por interesse.
Afonso perdeu Beatriz quando ela descobriu as aventuras do marido. Isso foi há dois anos. Beatriz apenas viu o que já sabia. Num impulso de lutar pelos “anos que ainda lhe restavam”, chamou a filha e comunicou a separação. Marina sentiu a felicidade nas palavras da mãe. A filha sofreu por Beatriz ter lhe contato como quem revelasse uma boa nova à uma amiga. Marina soube antes de Afonso. Ele chorou, mas ninguém viu.
(continua)
a parte 1 tá aqui, ó
4.12.08
1.12.08
Desimportâncias da chuva

28.11.08
Pira aleatória
27.11.08
Fé
Embora meu bairro não tenha sofrido com a enchente ou deslizamentos, as notícias que nos chegam no jornal têm me afetado. É muita dor. Gente que perdeu tudo, inclusive a família. Tem quem não tenha pra onde voltar. As pessoas largaram tudo pela vida. E outras tentam ajudar da maneira que podem. Infelizmente há os que se aproveitem da desgraça alheia, mas a soliedariedade é a palavra de ordem. Muita fé, Blumenau. Vamos reconstruir tudo.
26.11.08
Mesmo que mude
Hoje não mais me engana. E abre agora um espaço. Por alguns momento o órgão pensante assume o comando. O órgão pulsante já errou demais.
Uma nova luz, uma nova chama. O suficiente para derreter esse gelo. Uma mudança de ares com certeza. Do glacial para o árido.
E um pensamento constante. Uma nova inspiração, uma nova ambição. Um sorriso nos lábios, um bem querer distante.
Tanto faz. O importante é a mudança. O que resta nunca é igual. Mesmo que mude a vida não pára.
texto etílico...
25.11.08
19.11.08
Nara e Mara estão de volta
O bom é que elas voltaram como indício de que a espera - seja a imediata dos encontros ou aquela que parecia eterna - vale a pena. Agora, Mara e Nara regressam porque tenho a quem esperar.
17.11.08
Vasto mundo

14.11.08
Relato dos amores eternos e almas gêmeas
Sempre foram as dores o meu despertar. Dessa vez, acordei e vi o amor possível, o carinho eterno, a cumplicidade permitida e a simplicidade da união. Conheci hoje Salim Miguel e Eglê Malheiros. Ele, 84 anos, ela, 80.
O casal de escritores não precisa fazer muito para revelar-se almas gêmeas. Nota-se pela maneira com que se completam, como se fossem um. Para quem não conhece,Salim Miguel é libanês, veio parar em Santa Catarina com a família aos 3 anos e, depois de exilado, viveu no Rio de Janeiro. Sobre Eglê sei pouco. Sei apenas que ela sabe de sua descendência negra - embora a pele muito clara a contradiga - pelos olhos verdes e, portanto, considera-se a "liga das nações". Ela não se apega a identidades geográficas.
Encontrei os dois para uma entrevista rápida no saguão de um hotel. Na verdade, a conversa era com ele, que está lançando um livro novo. Mas, lá estava ela, a sua parte, folheando os jornais e relembrando-o de importâncias a serem ditas à jornalista.
Ele também já foi jornalista. De certa forma, ainda é. Pergunta e se interessa como os bons catadores de notícia. Não daquelas notas efêmeras esquecidas no dia seguinte, mas daqueles que montam personagens, reescrevem cenas sem a pieguice dos pretenciosos. Como bom jornalista, Salim sabe ouvir.
Completando a cena, estava eu. Projeto de jornalista, novata perto de quem muito sabe. Mas nenhum dos dois se importou com a minha inexperiência. Sorriam muito e estavam visivelmente felizes por estarem ali.
Percebi que estava em frente à uma união rara quando a vi interromper delicadamente a entrevista para lembrá-lo de coisas esquecidas. E ele agradeceu gentilmente, informando-me que ela faz o papel de ser os seus olhos.
Salim perdeu 70% da visão há alguns anos. Pensou estar perdido porque escrever era a primeira das duas únicas coisas que sabia fazer. A segunda, ler, também lhe fora roubada. Mas Eglê estava ao seu lado. Desde então, ela lê todos os dias os jornais para ele, revisa o que ele dita para o neto e o guia para onde ele quer ir. Eglê não faz isso obrigada, ela é parte dele e com ele deve ficar.
No prefácio do livro Minhas Memórias de Escritores, Cícero Sandroni escreveu sobre o casal algo que me parece traduzi-los: "Seria Salim Miguel o que é e representa sem Eglê Malheiros? Não", pois ela "se olha no espelho e se diz: há aí um outro. E este outro é Salim Miguel".
É por essas descobertas que eu amo minha profissão. Por saber que quase todos os dias encontrarei personagens como Salim e Eglê. E é isso que me faz acreditar que a ficção é fascinante, mas a vida real pode surpreender a ponto de inspirar a acreditar.
7.11.08
Arte transformando vidas
Acho instigante e estimulante o poder que a fruição estética da arte provoca nos homens. O sentimento de transformação, de catarse, de viagem às raízes e aos sonhos mais arraigados de nossas mentes e corações.
São em epifanias como essa que lembro o porquê de eu amar tanto a música, o teatro e o cinema. E claro, as outras artes também. Todo tipo de arte surge de um processo e de um olhar sobre a realidade e quando ela é apreciada, as reações são diversas.
Quando existe a transformação, então... o sentido da arte se faz concreto. O que ela nos desperta é seu produto final e é aquela sensaçãozinha no final que nos faz sertimos mais humanos, mais amados, mais vivos e de certa forma autores de nossa existência.
3.11.08
uma vida pra Marina
Assim como o destino dela, tenho outras coisas a resolver. Mas agora to falando da vida real. Uma boa notícia surgiu e pode mudar tudo, de uma hora pra outra. O que fazer?
Esperando o quê?
Vai ficar parado, esperando ser atropelado? Vai assitir a vida passar sentado?
1.11.08
31.10.08
closer
John e Paul disseram...
Sentado em sua terra de lugar nenhum
Fazendo todos os seus planos inexistentes para ninguém
Não tem uma opinião,
Não sabe para onde está indo
Ele não é um pouco parecido com você e eu?
Homem de Lugar Nenhum, por favor escute
Você não sabe o que está perdendo
29.10.08
projetinho
faz tempo que me preparo para escrever algo maior do que os textinhos que publico aqui no blog. hoje foi um dia inspirador, daqueles que se tem surpresas admiráveis, mas boas demais para se acreditar. então, resolvi escrever. e tudo o que está aí abaixo surgiu como um espirro. pretendo continuar, mas ainda não tenho título ou intenção de final. digamos que esta é uma degustação e uma prova. quero opiniões.
=*
Marina sentiu o barro molhado penetrar entre seus dedos. Afundou-os ainda mais na lama. Caminhou um pouco à frente e viu a ponta do vestido branco escurecer na água fria. Olhou para trás. Estava sozinha. Então, acordou.
O sonho da lagoa na chácara da infância repetia-se insistentemente. Na verdade, era uma lembrança. Tinha certeza de que aquele dia havia sido feliz. Era um dia de sol. Diferente daquele domingo apático e preguiçoso em que a única coisa que se ouvia eram os pingos da chuva na janela. Marina tinha a certeza de que o sábado fora cheio, mas agora sozinha enrolada no edredon amarelo via-se no vazio. Não havia tristeza. Apenas a sensação fraca de um desgosto despropositado.
Os beijos que antes lhe aqueciam o rosto, agora estavam gelados na casa do outro. Simples como o fim que se conhece. Ela assegurava-se no calor do sol e na terra abaixo dos pés infantis. Havia confiança.
Depois que Marina mudou-se para o apartamento no Centro, ouvia todos os dias o tilintar dos talheres no restaurante construídos nos fundos do prédio. Os domingos tranqüilos passados com Fred aos seus pés haviam dissipado-se na correria do alimentar-se. Fred gostava da sacada e de manter-se longe do quarto frio de Marina, contrariando a alcunha de “melhor amigo do homem”, ou melhor, comprovando-a, pois a dona era mulher.
(continua)
na contramão
Assim, a estrada à frente era desconhecida e sentiu medo. O frio do inesperado gelou o coração e fez com que retornasse. E assim ficou. Sempre o mesmo trajeto, nada de descobertas, nem novos sabores. Morreu infeliz.
25.10.08
Sonhei com minha infância

Muito tímida quando pequena, só tinha coragem e ousadia na hora de responder perguntas feitas em voz alta na sala de aula. Fora da escola, eu evitava conflitos em que tivesse de expor minha opinião. Por muito tempo fui assim. Minha mãe dizia que meu pai tinha a mesma mania. Guardava preocupações e pensamentos só para si. Até que um dia teve uma úlcera. Minha mãe, ao contrário, se envolvia na briga de todo mundo, adorava comprar briga e assumir responsabilidade por tudo.
Hoje, sou mais como ela. Fico contrariada quando as coisas não se encaminham do meu jeito. Do meu pai, mantive o senso de humor. Além disso, um estranho senso de compreensão, que geralmente divido com outros geminianos (como a Carol, que escreve aqui comigo). E agora, vejo minha infância tão distante. Pedaços muito difusos de memórias. E essa noite, sonhei com minha casa antiga.
Em toda minha vida, morei em três lugares. Desde o nascimento até os quinze anos, vivi num bairro afastado do centro – na Santa Paula. Lá, cresci brincando na rua, conhecendo toda a vizinhança. Tinha uma melhor amiga que nascera no mesmo dia que eu. Juliana era algumas horas mais nova. Depois, me mudei para o Centro, na antiga casa doa meus avós maternos. É onde moro até hoje. E por treze meses dividi um apartamento em Blumenau com uma amiga, a dona Roberta.
Nesta noite, sonhei que fui visitar a casa da minha infância. Eu negociava com a dona atual (que eu não conheço) para compra a casa de volta. Mas lá, eu iria viver com uma família que eu estava prestes a construir. Foi um estranho ponto de fusão entre passado e futuro. Me perguntei, ao acordar, se secretamente eu desejava morar em um bairro pacato e quisesse formar uma família. Digo isso porque hoje a idéia parece remota. E eu não soube responder. Escrevendo isso agora percebo uma certa necessidade de resgatar alguns momentos vividos. Sinto que algumas portas fechadas lá trás no tempo permanecem trancadas e esquecidas. Talvez seja hora de buscar no meu passado para me encontrar no futuro.
23.10.08
Adeus

Lembrou de todos aqueles personagens de livros e filmes que amavam demais, mas que sabiam que o fim era a separação. Possuiam aquele amor que liberta. Aquele que permite que o outro se vá. Que torna compreensível o fato de que a felicidade não reside em si mesmos.
Era assim que ela queria se sentir. Com o maior amor do mundo. Que a faz querer o bem do outro, mais que a si própria. Queria acreditar nisso. Mesmo porque, sabia que ficaria infeliz ao vê-lo ficar e desistir dos planos que traçou. E ela também tinha planos, diferentes dos dele.
E ele levaria um pedaço do coração dela. Era inevitável. Era uma parte que pertencia apenas a ele e a mais ninguém.
Que se vá e seja feliz, então. Quem sabe um dia os dois acabem juntos. Mas nenhum dos dois vai esperar. Suas vidas vão seguir seu curso. Rumos opostos. Mas é melhor assim. Sem rancor nem nada. Apenas amor. E adeus.
* Falta um pouquinho de amor altruísta nesse mundo...
22.10.08
santa chuva

Esqueceu que estava de sapatilhas de pano. Sentiu a umidade percorrer os dedos e causar aquela sensação desagradável que todo mundo conhece. Como mais nada sentia, a não ser melancolia, preferiu o incômodo à indiferença.
Ela desceu a rua e foi pelo caminho de sempre. O novo caminho decidido há algum tempo. Mas viu a esquina do Passado e lá resolveu entrar. A menina sentiu o coração pesar mais do que as roupas encharcadas, mas pôde aquecer-se no calor das lembranças. E foi conforto da ilusão que a fez ficar por ali.
A chuva não parou mais. Fez-se noite e ela continuava sentada na calçada. Os cabelos desgrenhados, a maquiagem borrada e tudo acabado.
Não percebia nada em volta. Tinha olhos apenas para o passado. Houve quem tentasse resgatá-la, mas ninguém conseguiu. Ninguém voltou com um guarda-chuva por que não se sabia o paradeiro da menina.
Mas, quando percebeu que os pingos cessariam, ela decidiu levantar sozinha mesmo. Nem lembra por quê. Decidiu olhar para o chão e viu que o reflexo do sol tornava a água colorida. Não era nada demais, apenas cores. Nada que curasse a dor, somente água. Mesmo assim, ela achou que era hora de sair do passado e trocar de roupa. Visitar o passado? Só nos dias de solidão.
sem voz
21.10.08
Joaninha

17.10.08
shine yourself 2
Eis que, dia desses observando um colega de trabalho, vejo que ele está em um site todo colorido. Coloca os fones, esboça um sorriso e balança a cabeça acompanhando o ritmo. Se aquilo faz o maior dos mal-humorados feliz, só pode ser bom, pensei. Espiei melhor e vi que era o site da OiFm. Desde então, me rendi à seleção hype-paulista da rádio. Todos os dias, toca alguma surpresinha.
Hoje, acho que a programação foi totalmente dedicada a mim. A playlist incluiu os já clássicos REM e Radiohead aos badalados The Ting Tings, Estelle, Lily Allen feat Mark Ronson, Duffy, Kings of Leon, MGMT, passando pelo barulhinho bom do Mundo Livre S/A (Meu Esquema - uma das favoritas), Cardigans e até Los Hermanos. Eu fiz uma listinha de tudo que tocou, mas esqueci na minha gaveta.
Recomendo uma passada lá só pra dar uma melhorada no mau-humor.
O post abaixo não era pra ser tão fofinho, mas, enfim, deixei que a imaginação fluísse pra expressar o "meu" momento. Sorry for that.
shine yourself

Sei que O Mágico de Oz é o lance da Ana e deusmelivre sair copiando coisas dos outros (a não ser fotos - meu destalento mais amado), mas a metáfora é boa e os clássicos nunca morrem (assim como os clichês também não).
Os sapatos de rubi eu já tenho. A trilha sonora tá na mão. O leão, o homem de lata e o espantalho são colegas e me prometeram companhia. So... let the trip begin.
=*
16.10.08
Fazendo as malas

15.10.08
Fogo
hora de enxergar
Polara
Aline passava os dias na espera pelo carteiro. Qualquer mensagem era bem-vinda, mesmo que seguida de uma cara mal-lavada de quem se decepciona com contas e propagandas. Mas ela não desistia. Todos os dias, fuçava a caixa de correio do prédio.
Os dias se passaram e ela tomou uma nova atitude. Esqueceria por um tempo todas as cartas, até as contas. Então, ignorou a caixa de correio. Mas, como ninguém se importava com correspondências, percebeu que os envelopes saltavam pra fora. Choveu e molhou tudo. Lá foi ela cuidar das cartas esquecidas e pagar as contas vencidas.
A boa ação virou desculpa pra voltar ao ingrato ofício. Curvar-se para ver a última carta que resta naquela fresta tão convidativa. Assim como a ocupação, a tristeza da falta de respostas lhe tomou o coração. O fim chegaria, pensou.
Saiu mais cedo do trabalho aquele dia. Passou no supermercado. Só isso?, perguntou o caixa. Só isso, repetiu Aline sem a interrogação no final. Parou em frente à sua caixa de pandora particular, tirou da sacola uma garrafa e uma pequena caixa. Sorriu como só os vencedores sabem fazer, jogou o álcool, riscou o fósforo e correu. A vizinha chamou o bombeiro, mas era tarde demais. Ninguém mais usa aquela caixa que deixa todos os envelopes enegrecidos. Aline esqueceu do martírio e agora recebe as cartas das mãos do vizinho.
O Beto Guedes disse...
Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor, só nos resta aprender...
Beto Guedes
14.10.08
quem diria?
Carol
Carol, me ajuda, por favor
eu juro, não sei mais viver longe de ti
Eu sei, você é meu amor
Imploro, por favor, não sei viver assim
Minha menina linda dos olhos de mel
Princesa de cabelos lisos como um véu
A tua boca de sorriso sem igual
Tua pele clara como as nuvens lá do céu, céu
Carol, eu sei você não vai poder me ajudar a ver você assim,
Eu sei, você é meu amor, imploro, por favor, não sei viver assim
Minha menina linda dos olhos de mel
Princesa de cabelos lisos como um véu
A tua boca de sorriso sem igual
Tua pele clara como as nuvens lá do céu, céu
Ele deve ter escrito isso quando tinha uns 15 anos de idade, mas tudo bem. Pra mim, foi uma das surpresas mais lindas, ainda mais que ele fala nos olhos de mel e nos cabelos lisos como um véu. Estou à procura do mp3. Se alguém achar, ganha um sorriso imenso de agradecimento.
O que fica guardado

13.10.08
marcelo camelo disse:
Abre os teus armários, eu estou a te esperar
Para ver deitar o sol sobre os teus braços, castos
Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar
E fazer do teu sorriso um abrigo
Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
Mais vale o meu pranto que esse canto em solidão
Nessa espera o mundo gira em linhas tortas
Abre essa janela, a primavera quer entrar
Pra fazer da nossa voz uma só nota
Canto que é de canto que eu vou chegar
Canto e toco um tanto que é pra te encantar
Canto para mim qualquer coisa assim sobre você
Que explique a minha paz
Tristeza nunca mais
contrariando Cazuza:
Pequenas poções de ilusão e
mentiras sinceras também não me interessam
para: tristeza
Cartola
Sinto lhe deixar. É uma pena, mas as coisas não deram certo para nós. Por muitas vezes encontrei abrigo em seus braços, agarrei-me em você e encontrei apoio. Não é questão de traição. Aconteceu e eu não pude evitar.
Eu me apaixonei pela vida. Ela me seduziu. Eu bem que gostava do seu aconchego, da sua segurança. Mas a outra, mesmo instável, me satisfez. Sofro por ela e sei que quando isso acontecer, voltarei correndo pra você. E lhe encontrarei, mas não ficarei por muito tempo. Você sabe disso.
Foi quase um ano de fidelidade. Nos completamos em vários momentos e você não me deixou. Sei que você já foi largada inúmeras vezes. Mas sempre há quem lhe procure. Não se preocupe. Sozinha você não ficará.
Meu caso com a vida é antigo. E é com ela que vou ficar. Espero que ela me traga bons frutos, abraços gostosos e cheirinhos irresistíveis. Os sorrisos são garantidos, pelo menos. Não me leve a mal, mas você é fria e exigente. Me deixava trancada com a melancolia e quase me sufocou. Tente mudar ou, melhor, permaneça assim. Desse jeito, vai ser difícil querer me encontrar de novo com você.
Boa sorte.
Indignação

Conversa com meus botões
12.10.08
a sala do silêncio
Eu queria ter uma sala do silêncio dentro da minha própria cabeça. Um lugar para onde meus pensamentos não chegassem e eu ficasse em estado de repouso. É disso que eu preciso. Da calmaria no meu cérebro.
Sempre tive problemas em controlar minha imaginação e essa mania de prever os problemas. Sofro em dobro, então. Trabalho em criar monstros e, depois, em destruí-los. Gostaria de mantê-los todos guardados no armário das tranqueiras que fica logo ali, perto do neurônio número 2.243.579.158.
Eu tenho facilidade em esquecer coisas ruins que aconteceram comigo, em guardá-las no tal armário. Isso é bom. Mas, ao mesmo tempo, insisto nos mesmos erros que me fizeram sofrer antes. Qual é o meu problema? Será que sou masoquista emocional?
Não sei a resposta. Mas a dificuldade em me afastar de pessoas que, mesmo sem querer, me fazem mal é a prova de que é preciso mudar? Será que isso me torna uma tola? Provavelmente o leitor esteja concordando que sim. E essa deve ser a resposta certa. A resposta que eu não posso guardar no meu armário, preciso lembrar sempre.
11.10.08
A Dorothy disse...
Way up high
There's a land that
I heard of once,
In a lullaby.
Somewhere over the rainbow,
Skies are blue.
And the dreams that you dare to dream
Really do come true.
Someday I'll wish upon a star
And wake up where the clouds are far behind me...
Where troubles melt like lemon drops,
Way above the chimney tops,
That's where you'll find me...
Somewhere...
Over the rainbow
Bluebirds fly,
Birds fly over the rainbow
Why then oh why can't I?
If all those little bluebirds fly
Beyond the rainbow...
Why .. oh .. why .. can't I?
Versão havaiana
trilha sonora

Estou precisando...
... de palavras bonitas.
De um abraço apertado.
De alguém que me tire da escuridão.
(isso parece dramático, mas acabei de ouvir isso numa canção do Snow Patrol e soou bonito)
Queria ganhar uma flor amarela
Pra pôr no cabelo e sair cantarolando
Um sorriso e um olhar
Que me indicassem o caminho
Que mostrassem que tudo pode ser simples
Estou precisando de uma mão
Pra entrelaçar às minhas
Um elogio, logo pela manhã
Um trevo com mais de três folhas
Lábios que não os meus
Um perfume diferente do meu
Alguém pra gritar meu nome
Que conheça as músicas que eu gosto
E que dê a elas um significado especial...
Que pise manso com seu all-star e me dê colo
10.10.08
dia de sorte

madonna disse (de uma maneira bem dançante)
That is only so much you can learn in one place,
The more that I wait,the more time that I waste
I haven't got much time to waste, it's time to make my way
I'm not afraid what I'll face, but I'm afraid to stay
I'm going down my own road and I can make it alone
I'll work and I'll fight till I find a place of my own
Are you ready to jump?
Get ready to jump
Don't ever look back, oh baby,
Yes, I'm ready to jump
Just take my hands
Get ready to jump
We learned our lesson from the start, my sisters and me
The only thing you can depend on is your family
And life's gonna drop you down like the limbs of a tree
It sways and it swings and it bends until it makes you see
Are you ready to jump?
Get ready to jump
Don't ever look back, oh baby
Yes, I'm ready to jump
Just take my hands
Get ready to, are you ready?
That is only so much you can learn in one place,
The more that you wait, the more time that you waste
I'll work and I'll fight till I find a place of my own
It sways and it swings and it bends until you make it your own
I can make alone
My sisters and me
Are you ready to jump?
Get ready to jump
Don't ever look back, oh baby
Yes, I'm ready to jumpJust take my hands
Get ready to jump
Are you ready to jump?
Get ready to jump
Don't ever look back, oh baby
Yes, I'm ready to jump
Just take my hands
Get ready to, are you ready?
dinheiro na mão é vendaval

Eu tenho 26 anos e nenhuma posse. Nada. Zip. Só uma gata que eu ganhei, algumas peças de roupas compradas na liquidação e uns sapatos coloridos. Só isso. Interesseiros de plantão podem me esquecer.
Mas eu sei bem como isso aconteceu. Eu tenho uma teoria sobre a solidão e o mercado que merecia um estudo. Não importa explicar agora. Eu só sei que a minha depressão custou caro. Roupas, viagens e outras formas baratas (para fazer o trocadilho) de compensar as perdas.
O ano foi difícil, mas agora que eu recuperei a sanidade, tenho que arranjar um jeito de pagar pelo prejuízo. É hora de crescer, Caroline. É o que me diz o extrato bancário. Crescer não é fácil, esquecer das futilidades para se preocupar com o futuro também não. Maffesoli diz que procuramos remédios imediatos para nossas doenças da alma (roubei o termo do Fabrício). E essa é a realidade.
Quais são as verdadeiras drogas que nos livram de nossas insatisfações? Eu sei que algumas servem de placebo, nada além disso. Em casos não patológicos, a cura é gratuita. Eu aprendi isso. Um abraço fraterno, um sorriso e uma risada não custam nada.
9.10.08
Fleet foxes
O Relespública disse...
Onde as vidraças não paravam de chorar em prantos vãos
Quem não se esquece dessa dor sou eu
A dor de nunca esquecer o toque da luz ao pôr do sol
Não quero nem saber, acendo um cigarrinho pra pensar
Que meu passado foi pra nunca mais
E que até hoje onde vou, percebo que ninguém
Vai parar para assistir
Se há uma luz quero tocar antes de nunca mais (4x)
Ir ao cinema e ver um longa sem piscar
E nas legendas entender que as histórias são iguais
Viram comédias se fosse contar
Trocando papos e risadas, no intervalo da sessão
Não quero nem saber, acendo um cigarrinho pra pensar
Se há uma luz quero tocar antes de nunca mais (4x)
Reles em PG sábado!!!
Day tripper

Todas as minhas viagens começam da mesma forma. Sento no meu lugar no ônibus e coloco meus fones de ouvido para ouvir minhas músicas favoritas.
Nesta semana, minha viagem foi mais longe. Além de ir para Guarapuava, como tenho feito frequentemente (duas vezes ao mês), as músicas me fizeram voltar no tempo e eu lembrei de uma das coisas que eu mais gostava quando estudei Jornalismo: dos churrascos.
Pode parecer conversa mole pra boi dormir (ou colóquio flácido para acalentar bovinos), mas aquelas festas tinham algo de surreal e mágico, e eu não estou falando de drogas.
Pra começar, era um momento de pura descontração e desencano. O povo de Jornalismo tinha essas vantagens. Não tinha muita frescura (com poucas exceções). Eu ia de chinelos, jeans rasgado (que eu rasguei em algum churrasco anterior). No primeiro ano, de Jornalismo eu usava os cabelos pintados de vermelho.
Tinha sempre muita cerveja e a gente jogava muita conversa fora. Eram nesses momentos que os calouros viravam “chegados” dos veteranos e deixavam de ser chamados de “xepas”. Ou então, sofriam constantes trotes, como serem jogados na piscina, como várias vezes pude presenciar e experimentar.
Os lugares eram os mais variados. Rancho Dallas (os melhores), chácara da Words ou da Madureira, Escondidinho (vixi), AABB (da qual fomos banidos), estacionamento não sei de onde, ou simplesmente a cancha de bocha no Campus de Uvaranas (ahhh, esse rende memórias). Até a praça na frente do Bloco A da UEPG foi palco de uma de nossas homéricas festas. Bastava ter árvores, grama e uma churrasqueira improvisada (e caixas de isopor).
Mas o melhor era a música. Ao menos eu ansiava por este momento. O curso possuía vários aspirantes a músicos. Alguns eram muito bons. E era psicodelia pura. A banda Osdetes, formados por acadêmicos do curso, tinha um repertório incrível. Mutantes, Tom Zé, Jethro Tull com a contagiante Aqualung.
Em meio a todo aquele delírio que rolava solto, ouvir Come Together dos Beatles (que eu sempre pedia aos gritos) era simplesmente catártico. Outras bandas que animaram nossos churras traziam Deep Purple, muito The Doors, mais Beatles. Quantas vezes não ouvi a famosa Guantamera (não sei quem compôs, mas a Buena Vista Social Clube toca) entoada por meus colegas, mais pra lá do que pra cá.
Tinha uma banda chamada Peiots (parece que é o nome de um cacto), cuja tecladista era do curso, e o vocalista era estúpida e ridiculamente lindo. Por sinal, ele parecia o vocalista da King of Leons e (ironicamente ou não) a banda tocava Molly Chamber’s. Me repreendo por nunca ter me lançado num mosh.
Sei que essas festas rendiam assuntos por semanas. No dia seguinte era clássico: eu, a Carol, Fernanda, Heloísa e Roberta (as Uatisdis), entre outras pessoas, sentávamos para repassar a seqüência dos fatos. Algumas de nós (hehe) não lembravam de tudo que aconteceu. Tínhamos pequenos lapsos ou não lembrávamos da cronologia dos acontecimentos.
No último ano, algumas de nós (hehe PARTE 2) batiam cartão em todos os eventos universitários da cidade. Ano de TCC, a gente queria mais era esquecer desse fantasma dos formandos.
Éramos felizes e não sabíamos. Sei lá, me bateu uma grande nostalgia nessa viagem. Nossa maior preocupação era estudar e se formar. Alguns temiam a volta pra casa, já que vários eram e outras cidades e estados. Outros preferiam adiar a idéia de ter que procurar trabalho e tomar as responsabilidades diárias de um jornalista.
...
Chego ao meu destino. Guarapuava. Pulsar Propaganda. Revista Acig. Ligações. Entrevistas. O sonho acordado acabou.
8.10.08
a vitória do último pedaço

Infeliz último pedaço. A glória do pouco tempo de vida logo reduziria-se a uma mistura de saliva e outros desses líquidos que se carrega no corpo. Foi testemunha de dezenas de bocadas. Centenas de mastigadas. Sobretudo, um observador. E previu o futuro tão próximo.
Mas o que ele não viu foi que outros olhos o desejavam. Outro organismo queria se alimentar daquelas preciosidade. Degustar seu sabor agridoce.

Quem o segurava percebeu. O terceiro sujeito da cena não desmentiu o interesse. O primeiro resistiu. Mas largou e deixou o último pedaço nas mãos do estranho. Um passou para o outro, os dois simularam uma pequena discussão. O último pedaço assistiu a tudo. Só não sabia em que boca terminaria.
Foi assim que a gentileza salvou aquele infeliz. Ele ficou para sempre nas bandejas coloridas. Entre copos vazios, embalagens de batata-frita e música ruim. Ele enfim sentiu-se salvo. Estava sozinho, mas não devorado.
Há!
dicas para um dia feliz (ou uma vida tranqüila)
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Mika
- Esqueça as músicas tristes. Coloque apenas as felizes pra tocar e não preste atenção nas letras;
- Desista da superinterpretação, desapegue-se da ilusão;
- Não finja que não tem problemas, apenas descarte a angústia de tê-los
- Lembre-se dos momentos felizes, mas deixe a nostalgia no lixo;
- Retribua o carinho que lhe é dispensado, não cometa injustiças;
- Abrace a tristeza por alguns minutos, o tempo necessário para valorizar as horas de alegria que virão a seguir;
- Encare o fracasso como aprendizado, reflita um tempo sobre ele, levante a cabeça e siga em frente;
- Não tente substituir ausências, deixe que elas se calem para depois preencher espaços;
- Não carregue mágoas, o peso é grande demais para ombros renovados;
- Aprenda, sempre;
- Escreva uma nova dica a cada dia
7.10.08
Chave do mistério
Sentia, mas não sabia o que fazer com aquilo. Não sabia para quem entregar. Era quentinho, aconchegante e dava sensação de borboletas no estômago. Queria dizer ao mundo que possuía aquele bem tão desejado. Queria poder dizer aquelas três palavrinhas mágicas. Precisa pôr para fora, mesmo que fosse de brincadeira. Mesmo que soubesse que seria temporário, apenas um teste. Não conseguia segurar por conta própria.
Então, sempre que alguém se aproximava, entregava a pequena chave que dava acesso ao seu tesouro. Algumas pessoas se atreviam a dar uma olhada. Muitas desdenhavam, mas a maioria dizia estar procurando outra coisa. O único alguém que realmente se interessou foi deixado de lado, passou despercebido.
Aquilo que sentia não tinha valor se não fosse dividido. Aquela chave ficaria pendurada em seu pescoço até que alguém realmente a quisesse.
6.10.08
Dormir...

Estou sem sono. Ultimamente, dormir tem sido difícil. Coloco a cabeça no travesseiro e o cérebro começa a maquinar. Idéias, idéias, idéias. Já deixo um bloco de papel do lado do travesseiro.
Também vem aqueles pensamentos do dia, repasso a agenda das próximas semanas. Trabalho, trabalho, trabalho. Resta pouco espaço para os sonhos. Mesmo assim, algumas coisas não deixo faltar. Preces do dia. Gratidão.
Mas hoje quero dormir. Profundamente. Desligar desse dia. Que os questionamentos e reflexões fiquem para o despertar. Hoje eu só quero descanso.
Conversa com meus botões
eu e nina, nina e eu
5.10.08
Postagem aleatória
Na TV agora, Náufrago. Final muito triste. Duas pessoas que se amam muito tendo que se despedir. Desencontros da vida. Ironia. Enfim que escolher o caminho não é tão simples assim. Muito triste mesmo.
Política. Hoje é dia de escolhas. Mas tá difícil. Acho que não temos boas opções. Triste também.
Apesar de tudo, estou tranqüila, alegre. Esse mês promete muito. Vai ser bem corrido. O trampo tá ficando complicado.

Aqui acaba sendo um espaço confortável, onde encontro os amigos, digo o que penso e imagino. Nada mais que uma postagem aleatória...
Ah, o filme acaba com uma grande encruzilhada, logo após o Tom Hanks falar algo sobre o que o amanhã pode trazer...
verde velma disse:
Não perguntei até que ponto você pretendia me usar.
Eu esqueci que não podia fechar os olhos e abrir o coração.
Juro que não, eu não queria deixar acontecer.
Foi ilusão eu sei, perdão.
Eu não podia esperar mais de você.
Ela voltou pro lugar guardado no seu travesseiro.
E eu perdi.
*Estamos numa fase folk. Verde Velma é blumenauense com sensibilidade e voz irresistíveis. Infelizmente não achei esse clipe no Youtube. Mas vocês podem visitar a página dela no MySpace.
nota
4.10.08
dom quixote e os moinhos de vento

3.10.08
A Mallu disse...
Just waiting a kiss.
Lalalalala.
She's got her own sexy grace,
But she's never been on the hot list.
Lalalalala.
She's hiding all her bubblegum,
Trying to find a real charm.
She knows more than anyone,
That her, oh babe i'm sure, her day will come.
Mallu Magalhães
2.10.08
Conversa com meus botões
para: mim

Reviravolta

Nem mesmo o cinza do céu murchou seu sorriso. Percebia as cores do mundo como num arco-íris. Até mesmo a poça de óleo de carro no asfalto, com a água da garoa, criava uma mancha furta-cor com todas as cores do mundo. Apesar do barulho das gotas d’água, podia ouvir o barulho dos pássaros nas árvores. Apesar dos carros, ouvia o riso das crianças.
Seria um dia maravilhoso e ela sabia disso. Era um novo amanhecer, que deixava pra trás tudo que havia de errado no passado. Depois de uma grande decepção e uma noite de telejornais, percebeu que seus problemas eram pequenos diante do mundo. Então, tomou a decisão. Faria a diferença a partir dali.
1.10.08
Gabriel García Marquez
Razão de ser*
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
* mestre Paulo Leminski
Pecadores quase redimidos*

a garota das horas erradas

Aline prometeu pra si mesma que não correria atrás de nada. Decidiu esperar. Mas não tinha muita paciência. Ninguém sabia o quanto era difícil encarar dias de chuva, sair da cama mais cedo ou desistir do café-da-manhã.
Ela bem que tentou se acostumar. Ajeitou a roupa na noite anterior, reduziu o tempo de se arrumar e passou a comer no trabalho. Mas Aline queria o tempo perdido de volta. Andava triste com a vida antecipada.
Quando achou que aquele era seu destino, conheceu Pedro. Ele trabalhava em uma relojoaria. No dia do aniversário de Aline, Pedro deu de presente um despertador. Desde então, Aline estava sempre dentro do horário. Nunca mais se atrasou e não disperdiçou minutos. Finalmente, deixou de ser a garota certa das horas erradas.