22.11.10

A experiência do amor - show do MacCa

O que vou dividir aqui talvez não possa ser dividido. É uma lembrança de 24 horas atrás, ainda não assimilada pelo sono. E trata-se de uma experiência vivida por milhares, mas para mim tão particular. Muitos ali já tinham visto o ex-Beatle Paul de perto, em 1990 ou 1993. Ou há duas semanas em Porta Alegre. Não, aquilo foi para mim a mais pura novidade. A primeira vez, que marcou mais que tantas outras primeiras vezes de uma vida.

E lá estava eu. Morumbi lotado. Todos cansados após horas de fila. Homens, mulheres, jovens, crianças, senhores de meia idade fãs há anos. Como não se identificar com pessoas com tanto em comum: o amor pela música, pelos Beatles e pelo sir Paul. Em pouco tempo na fila já encontrei conterrâneas do Paraná, um casal paulista muito divertido e um um senhor de Dourados, Mato Grosso do Sul. Todos trocando suas próprias experiências de shows passados, dos livros, CDs, LPs colecionados através do tempo. Incrível perceber que um detalhe possa reunir tanta gente diferente e possibilitar um diálogo aquém de idade, sexo ou origem.  

E o ar vibrava com tanta expectativa. Minutos antes do show começar, a ansiedade coletiva parecia tensionar cada músculo do corpo, prestes a romperem-se. Era sufocante, todos prendiam a respiração. Até que fomos impactados pelo primeiro acorde amplificado por caixas de som, contra-atacado com o rugido da platéia extasiada. Eu não conseguia gritar. O nó na garganta impossibilitava qualquer som. Então, chorei. Chorei pela emoção de ver, não tão de perto, um ídolo que eu amava. Chorei pelas músicas que me tocavam, pelo amor de Paul e Linda, pelas homenagens e pelo pedido de paz. Give peace a chance, baby. Chorei pelos que já se foram. Chorei pelo fim do sonho. 

Mas também fiquei rouca de tanto gritar e dancei como se não houvesse ninguém olhando. Afinal, eram as minhas músicas que estavam tocando. Tantas que me acompanham dia a dia e me fazem sorrir pela manhã. Ou aquelas que me fazer acreditar num amor sem limites. Aquelas que nos inspiram a sermos bons e querermos um mundo melhor. Mesmo que aqueles que as compuseram não sejam exemplo de perfeição, a música tem esse poder e isso já vale. Paul McCartney foi puro amor. :)

9.11.10

Vento de mudança

Nem sei porque vim aqui. Não tenho muito pra falar agora. Tenho pensado muito, mas nada inspirador que me obrigue a escrever pra não esquecer. Mas muitas coisas. Planos. Desejos. Vontades. Mudanças. Não tenho medo. E também nada a perder. 

Prevejo mudanças assim como prevejo a chuva chegando. Ventos fortes de tempestade. Daqueles que mudam o rumo das coisas. Daqueles que anunciam o verão e todas suas cores quentes. Quero abraçar essa mudança. Receber de coração aberto os novos dias.

Passeando por aqui, vi tantos sonhos perdidos, tantas falsas esperanças e princípios esquecidos. Crescer tira pedaços, lapida, molda. Apuramos nossos sentidos. Cristalizamos nossos gostos. Assentamos como poeira. Pra um dia ter que quebrar tudo e recomeçar.

Eis o vento bradando novamente. Virando a vela. Levando-nos para novos horizontes. Sem rumo ou porto seguro. Apenas nos empurrando a favor da correnteza. Em direção ao nosso ponto de chegada. A um destino qualquer.

7.11.10

dúvida

Pensando se seria difícil trabalhar de garçonete em algum lugar longe daqui, minha única preocupação é:
- Como vou levar minhas gatas?
É grave?

4.11.10

Something

Enquanto ele
não vem
ela se aconchega
se envolve em som
e música
vibra a cada nota
e se deixa levar pelo
toque
se permite viver
o compasso
e balança
em cada ritmo
como sempre faz
enquanto ele
não vem

Alice

Ela voltou. Por tempo indeterminado.

2.11.10

tempo certo

Sinto como se pela primeira vez precisasse esperar. Qual será o futuro? Qual será a previsão? Se ainda não tiver nada arquitetado ou certo, é como se não existisse - ainda mais que não depende apenas de mim. No entanto, se parece um momento estagnado, não é. É hora de prestar atenção em que outras coisas. Hora de agir. Parar de culpar o que for externo e tomar uma posição. Nada de ideias, a vida exige ações. E agora é o momento. É o tempo certo.

tanto sol para dispersar e ninguém para compartilhar.