30.1.09

Mudanças drásticas

... muita coisa vai mudar nos próximos dias. Posso sentir. É como a mudança de vento. Cheiro de chuva antes da água cair. Um arrepio de premonição. Nada será como antes.

26.1.09

coisas que eu amo

Eu nem preciso esticar muito o braço pra alcançá-lo. Dorme abraçado em um travesseiro e não gosta do lençol. Parece que sabe tudo só de olhar. Às vezes, acho que ele não sente medo.
Torce por um sorriso, mesmo que lhe custe uma cara emburrada. Agora, gosta de doce, gatos e seriados. Aprende pra alimentar a curiosidade. Toca e canta quando está feliz. Voa por coragem. Ama se é recíproco. Amo porque ele é assim.

procura-se um sonho

O que a gente faz quando se consegue realizar um sonho? Tipo, acabou e agora? Pra fazer um exercício - e uma obrigação -, eu vou procurar uma coisa nova pra realizar e, dê preferência, um emprego novo também.
Tá, eu vou listar coisas que eu sei fazer. Se alguém souber onde minhas habilidades se encaixam, eu prometo pensar em um novo rumo.

1) Eu sei ler e escrever (essas duas são fáceis, mas o diferencial, talvez, é que eu cuido pra não cometer erros e eu leio livros)
2) Eu entendo um pouco de muita coisa e pouco de algo específico. Acho que a única coisa que eu entendo bem é de jornalismo, mas só na prática. Não me venha com Semiótica, que eu esqueci faz tempo.
3) Eu sei quem são Vladimir Nabokov, José Saramago, Gabriel Garcia Márquez, John Casablancas, Julian Casablanca, Alex Turner, Javier Barden, Frida Kahlo, John Galiano, Salvador Dali, Duchamps, Marcelo Camelo, Chico Buarque, Nina Becker, Fernando Meirelles, os irmãos Coen, Sophia Coppola... E mais um monte de gente que eu não lembro agora.
4) Eu gosto de animais de estimação, menos dos exóticos, como sapo, lagarto, cobra e alguns tipos de rato.
5) Eu como alimentos saudáveis simplesmente pelo fato de serem saudáveis. É um hábito comer nabo e não um gosto, por exemplo.
6) Eu não cozinho por opção
7) Sei limpar a casa
8) Sou capaz de encontrar qualquer coisa na internet, eu disse, QUALQUER coisa
9) Gosto de praia, mesmo tendo alergia ao sol (nem tudo é perfeito nessa vida)
10) Tenho fácil adaptação
11) Sou capaz de manter amigos mesmo sem falar com eles por muito tempo
12) Entendo um poquetinhozinho de html (um pouco de tudo, eu disse)
13) Eu crio palavras como "poquetinhozinho"
14) Eu sou observadora
15) Escuto todo mundo ao mesmo tempo
16) Sou calma
17) Gosto muito de música, muito, muito mesmo
18) Eu pesquiso um monte sobre música
19) Consigo prender a atenção mesmo quando tem um monte de gente em volta
20) Entendo e falo razoavelmente em inglês, sei umas três ou quatro frases em francês e só.

25.1.09

Quando tudo está confuso

... eu gosto de pôr as ideias no papel. Ver se elas assumem uma ordem que tenha lógica e eu possa enfim entender. Estou com um sensação estranha de estar à deriva. Com um certo medo de não estar fazendo a coisa certa, de estar cada vez mais imersa em devaneios. Queria saber o fim dessa história. Não sei se consigo escrever uma boa trama para ela, se serei uma verdadeira autora. Mas será que ela se escreve sozinha?

23.1.09

Onde está aquela menina?

Que queria mudar o mundo? que chorava assistindo Benji? (mas ainda chora vendo Marley) Que a professora de inglês achava romântica e que os pais chamavam de meiga. Onde está? Debaixo de qual camada de concreto, parede de tijolos ela se esconde? Por que se esconde? Aquela menininha que adorava fazer caligrafia e desenhar o pôr-do-sol com aquarela. Que dava risada sem motivo e sempre falava demais. Era tão tímida. Lembro dela, ainda pequena, se enroscando na perna da mãe de vergonha de estranhos. Ela tinha um amigo imaginário que brincava de casinha com ela. Ela passava os finais de tarde na frente da casa reunida com as outras crianças, e quando anoitecia, contavam histórias de terror. Ela morria de medo depois. Ela que viu tantos irmãos virem depois dela... tantas responsabilidades... a filha mais velha, mais estudiosa. Tanta coisa se passou com aquela menina. O que aconteceu com seus sonhos? O que virou realidade? Por que será que tudo muda quando se vira adulto?

me perdi... outra hora eu termino esse texto, rs
Escrever em quatro linhas também é legal.
Mas ninguém chamará de sabedoria.
Ainda bem.

irmãs siamesas

Dizem que nasceram ligadas pelo coração. Se reconheceram depois de anos afastadas. Agora, se veem longe, longe, quase que a vista não alcança. Pedacinho do coração faltando no peito. Saudade de quem está perto, mas não quase não se pode sentir.

cidade pra chamar de minha

Quando respiro, sinto o pó. Duas vezes por ano leva a minha voz. É verão quase sempre, verão demais pra mim. Se chove, vira rio. Poxa, Blumenau, tinha que ser tão assim? Te gosto, mas já vejo defeitos demais como num romance antigo prestes a terminar.

20.1.09

Pingo de ideal

Em tempos em que se fala até no fim da História – quando não existe mais pelo que se esperar, nenhuma revolução, nenhuma mudança, a não ser o avanço do sistema já vigente – vi a posse do novo presidente americano com uma sensação de alívio no peito.

Primeiro: sim, eu gosto de falar de política, mas como sempre acaba em discussão, muitos evitam. Segundo:mesmo com um presidente negro na América, provavelmente tudo vai continuar como está, o país possui uma política belicista e ofensiva, e não é um presidente que vai mudar isso. Mesmo assim. Me lembrou um pouco a eleição do Lula. Me perdoem aqueles que execram os petistas.

Mas independente de mudanças futuras ou não, da influência da mídia e do marketing político em suas eleições. Ainda assim. Mesmo que os marqueteiros consigam vender a imagem de um sindicalista barbudo ou de um negro ainda jovem na política. Ainda que eles tivessem o apoio internacional, era difícil imaginar antigos ransos dando espaço ao novo olhar sobre a Política. É assistir nações deixando de lado parte de uma cultura impregnada para apostar na mudança.

Quando antigos hábitos se multiplicam e se arraigam em determinadas comunidades (como a eterna reeleição de coronéis), vejo com certa tristeza que até aqueles que são excluídos preferem adotar uma política excludente. Votam naqueles que não lhe dão valor, naqueles que não os representam.

Vejo nas notícias, histórias daqueles que fazem das próprias vidas uma eterna saga para por um prato de comida na mesa todo dia. Pessoas que consideram um luxo comprar livro, entrar num museu. E do outro lado, existem os críticos que questionam a cultura industrializada, a reprodução em massa da arte. Na verdade, o meio mais barato de se levar um pouquinho além da “vida de gado” daqueles que têm muito pouco.

Há quem questione quando se fala em pessoas tão excluídas. Mas basta olhar para o lado, com um pouco de atenção... nos bancos das praças, em alguma esquina, atravessando a rua. A questão é que ainda existe muita pobreza no mundo, de espírito e riqueza.

Então, quando podemos ver uma enorme comoção sobre homens e mulheres como nós, mas com grandes apostas e anseios sobre si, eu vejo – não apenas que ainda existem líderes em nossa história – mas que as pessoas nunca perderam seus esperanças. Enquanto houver sonhos, vão existir vontades, que geram pensamentos, que levam a atos. E é com atitudes e ações que se muda o destino de um povo.

Me pergunto se ainda estão para nascer grandes líderes e heróis. Profetas de um futuro bom. Mas enquanto não aparecerem esses homens ou mulheres, cabe a nós deixarmos o EU de lado para, com outros cidadãos, fazer a diferença em conjunto.

Não vou pedir

para que espere quando eu não tenho paciência
para que fique ou volte
nem para que me entenda quando nem eu me entendo
já pedi algo em troca e não recebi
já esperei demais e me frustrei
por isso desisti
de esperar mais das pessoas
de ter ambição pelos outros
de dar conselhos que nem eu aceito
daqui pra frente é só horizonte

19.1.09

Era uma vez

uma menina morrendo de tédio que pra matar o dito cujo enfiou o dedo na tomada só pra ver qual era a pira ou se acordava um pouco mas acabou tendo outra ideia que era sentar para escrever mas estava sem inspiração e nada vinha na cabeça nadinha nadica de nada e ela sentou e esperou e esperou sentia que queria muito escrever pôr pra fora uma agonia ânsia angústia sem motivo algum de existir só que estava bem ali no seu estômago pois ela sentia aquele embrulho com papel celofane e fita de cetim que fazia barulho quando sacodia igual cofrinho cheio de moedas que não davam pra comprar nem um tênis bacana pra uma corrida no parque sem árvores que nem tinha graça mas ela queria sair de casa pois o tédio estava fatal tanto quanto a criatividade que parece que foi dar uma volta e esqueceu de voltar e me deixou sozinha aqui a esmo escrevendo abobrinhas daquelas laranjas com casca verde boa para refogados igual o que minha vó fazia quando eu era pequena e gostava daquele jardim que ela plantou na frente da casa dela cheia de azaléias que nasciam no inverno mas agora que é verão o calor faz o tédio ainda pior porque tudo fica embassado igual no deserto e dá pra sentir o vapor na pele eca prefiro inverno porque até as roupas são mais bacanas cachecol luvas queria um chapéu pra combinar pra quem sabe esconder minha cara de tédio

18.1.09

Da metalinguagem

Ou falar do próprio escrever. Eu sempre começo com uma frase ou ideia. Um único pensamento que soe coeso e fechado em si. E ponho no papel. Sim, no papel, porque para mim, a materilidade de escrever é importante. O ritmo da caneta no papel é o tempo ideal para que o último ponto puxe a próxima palavra da caneta. A partir dessa primeira frase - que surge do nada, um pensamento aleatório - o texto flui. É sempre assim. O único esforço é cortar as arestas da primeira sentença. Moldar suas curvas, afinar sua melodia. O que vem a seguir é o desmembramento dessa epifania lúcida que espalha suas ramas e raízes involuntariamente no papel. Se derrama como água pela tinta da caneta. Escorre desse cilindro para a superfície plana da celulose. E uma vez fora de mim, estas palavras já não me pertencem. Aquele que sussurrava prosas aos meus ouvidos já se fora. Quase um transe.

Por tudo que somos

... e por tudo que nos permitimos ser. Não existe um certo ou errado. Ser demais ou de menos. Quem pode dizer qual a melhor dose de nós mesmos? Por que não transbordar partes do nosso eu? Eu não gostaria de calcular o quanto deveria ser gentil ou alegre ou quanto amor deve transparecer de minhas palavras. Não existe medidas para isso e não seria eu quem deveria inventar tal conta-gotas... uma régua para delimitar um perímetro instranponível de minha ideias. Um cronômetro para marcar o tempo para começar e parar. Eu quero testar meus limites. Avançar minhas fronteiras. Sei que alguns escrúpulos e princípios nunca desaparecem ou são tão maleáveis quanto os nossos sentimentos. Mas temos que nos permitir alguns luxos. Amar sem medidas. Mergulhos incalculados. Riscos não planejados. Como saber sem tentar? As consequências são consequências e elas existem para as decisões tomadas ou apenas consentidas. Dar um passo a frente possui efeitos. E ficar parado também. Basta escolhermos se queremos nos arrepender do que fizemos ou do que queríamos, mas não tivemos coragem de concretizar. Quero dormir com a consciência tranquila e não me remoer de remorsos. Quero decidir a hora de tomar o controle, mas também a hora de ceder as rédeas para que alguém me conduza. Não há hora e lugar certo. Mas nosso aprendizado depende das tentativas e erros. Isso nos faz ser o que somos.

17.1.09

Voltou a bater

Estava quebrado. Podia ouvir o barulho dos parafusos e engranagens soltos dentro dele. Quando o sacudia, ouvia o tilintar daquela dança descompassada de peças metálicas chocando-se entre si. Eu já pensava em jogar fora, mas o apego ao objeto era muito grande, mesmo que obsoleto. Uma amiga dizia que bastava uma marteladas e uma nova mão de tinta, um pouco de cola quem sabe, e estaria como novo. Mas muitos diziam que não tinha conserto. Eu já perdia as esperanças. Até que um dia, um rapaz simpático e atencioso teve a ousadia de assumir o desafio. Foi paciente ao remover toda a ferrugem e trocar aquele parafusos tortos. Levou um mês para por tudo em ordem. Entregou novo em folha, pulsante e vivo. Afinado como uma caixinha de música, vibrava como o tic tac de um relógio. Eu não tinha palavras para agradecer aquele gesto. Sentir o coração bater de novo era um grande presente mesmo que ele não tivesse ainda dono.

16.1.09

No princípio...

... era o verbo. A palavra apenas, significando e dando sentido a tudo. Era a pequena palavra construindo complexos castelos de cartas e sendo o vento que os derruba. Uma letra após a outra, formando quilômetros de extensão entre um ponto distante de outro. Pedaços preenchendo o papel. Colorindo vidas. Unindo corações. É a mesma palavra. A mesma que motiva guerras e as apazigua. Que suspira ideias e inspira sonhos. Sonhos que inflam como balões de ar quente. Estranho poder das palavras. Pinta mundos que não existem e verdades falsas. Desconstrói e inventa. A palavra aperta os grilhões que escravizam e ao mesmo tempo é a chave que liberta. E aprisioná-las no papel espanta os males e alivia. Eis porque gosto tanto delas. Elas que nunca abandonam. Estavam no princípio e vão me acompanhar até o fim.

8.1.09

Ao acaso

Já fiz isso antes. Escrever sem um objetivo. Apenas por escrever. Acho um processo interessante. Muitas vezes, apenas quando coloco no papel, é que a idéia fica mais clara (se eu for seguir as novas regras ortográficas, o idéia vira apenas ideia [sem acento]).

Eu gosto de pôr (esse acento diferencial continua normal) os objetivos do ano na ponta do lápis pra saber que rumos seguir. Mas esse ano não fiz isso. Um pouco sem ideias também. Na verdade, é muita coisa para pensar e um medo danado de começar a pôr em prática. Coisas ambiciosas mesmo.

Escrever mais é uma delas. Voltar a estudar. Sair de casa (de novo). Viajar mais. Mas tudo está meio em aberto. Estudar o quê? Morar onde? Viajar para qual cidade (ok, nesse caso eu tenho uma pista)? Mas são todas opções de múltiplas alternativas.

São tantos sonhos e tantas formas de realizá-los. Às vezes eu tenho receio de me deixar guiar ao acaso. De acordo com a correnteza e de forma cômoda. É assustador estar sem rumo. Principalmente para quem tem mania de controlar tudo. O tempo, os caminhos, as vidas, o acaso. Me pergunto se é mais simples focar em algo e seguir para este alvo.

O que estiver ao redor vai se acomodar à medida que ele for sendo alcançado. Será mesmo? Mas eu, de certa forma, gosto de confiar um pouco nas forças do cosmos, forças divinas que guiam nossas vidas para um futuro feliz. Mas eu queria estar um pouco "a par" dessa rota.

Mas agora, somente agora, vou deixar ao acaso essas ideias e planos metafísicos. Não sou a pessoa mais indicada para estar sob o comando agora. Vamos ver no que dá...