20.1.09

Pingo de ideal

Em tempos em que se fala até no fim da História – quando não existe mais pelo que se esperar, nenhuma revolução, nenhuma mudança, a não ser o avanço do sistema já vigente – vi a posse do novo presidente americano com uma sensação de alívio no peito.

Primeiro: sim, eu gosto de falar de política, mas como sempre acaba em discussão, muitos evitam. Segundo:mesmo com um presidente negro na América, provavelmente tudo vai continuar como está, o país possui uma política belicista e ofensiva, e não é um presidente que vai mudar isso. Mesmo assim. Me lembrou um pouco a eleição do Lula. Me perdoem aqueles que execram os petistas.

Mas independente de mudanças futuras ou não, da influência da mídia e do marketing político em suas eleições. Ainda assim. Mesmo que os marqueteiros consigam vender a imagem de um sindicalista barbudo ou de um negro ainda jovem na política. Ainda que eles tivessem o apoio internacional, era difícil imaginar antigos ransos dando espaço ao novo olhar sobre a Política. É assistir nações deixando de lado parte de uma cultura impregnada para apostar na mudança.

Quando antigos hábitos se multiplicam e se arraigam em determinadas comunidades (como a eterna reeleição de coronéis), vejo com certa tristeza que até aqueles que são excluídos preferem adotar uma política excludente. Votam naqueles que não lhe dão valor, naqueles que não os representam.

Vejo nas notícias, histórias daqueles que fazem das próprias vidas uma eterna saga para por um prato de comida na mesa todo dia. Pessoas que consideram um luxo comprar livro, entrar num museu. E do outro lado, existem os críticos que questionam a cultura industrializada, a reprodução em massa da arte. Na verdade, o meio mais barato de se levar um pouquinho além da “vida de gado” daqueles que têm muito pouco.

Há quem questione quando se fala em pessoas tão excluídas. Mas basta olhar para o lado, com um pouco de atenção... nos bancos das praças, em alguma esquina, atravessando a rua. A questão é que ainda existe muita pobreza no mundo, de espírito e riqueza.

Então, quando podemos ver uma enorme comoção sobre homens e mulheres como nós, mas com grandes apostas e anseios sobre si, eu vejo – não apenas que ainda existem líderes em nossa história – mas que as pessoas nunca perderam seus esperanças. Enquanto houver sonhos, vão existir vontades, que geram pensamentos, que levam a atos. E é com atitudes e ações que se muda o destino de um povo.

Me pergunto se ainda estão para nascer grandes líderes e heróis. Profetas de um futuro bom. Mas enquanto não aparecerem esses homens ou mulheres, cabe a nós deixarmos o EU de lado para, com outros cidadãos, fazer a diferença em conjunto.

Um comentário:

J disse...

Assisti no jornal a posse do novo presidente dos EUA, gostei do discurso dele, e tbém deposito minhas esperanças nele.. esperanças de paz pras bandas de lá e de consciência antes de qualquer decisão q elve a guerra!
Gostei do texto! Vc é mara!