30.12.10

2011

Vem chegando devagarinho, e com ele, peço toda a paciência e tolerância que me faltaram em 2010. Peço sonhos maiores e mais ambiciosos, pois os pequenos todos eu realizei.
Mas peço muito mais pelos meus amigos. As rochas que me mantêm firmes. Meus amores mais amados. Tudo que de mais certo e verdadeiro esteja para eles. Que contem sempre comigo, e que nas distâncias, saibam que meu pensamento está com eles, meu amor, meu carinho.

12.12.10

A substituta

Não. Ainda não fazia muito tempo que a mala desocupara a soleira da porta. Ela se foi num breve adeus e numa partida sentida. E ela partiu meu coração. Mas ela não era insubstituível. Não era nenhuma Linda McCartney, a companheira perfeita. Talvez fosse a mais imperfeita das mortais. Ou assim queria que fosse para sentir-me menos rejeitado. Palavras chulas me vieram a mente.
...
Mas assim como ela foi, outras vieram. Ninguém como ela. Perfeitinhas demais, eu diria. Não possuíam a mesma arrogância, a mesma ousadia. Até me perceber vasculhando motivos fúteis para despedir-me também delas. Transitórias. Passageiras. Ninguém pra permanecer no posto imaculado de ideal. Que grande besteira.
Logo, me vi apegado à última substituta que me restara. Era a solidão, minha nova companhia.

2.12.10

2010

Dá azar comemorar antes da hora? Bem, eu não sei. Mas eu queria dizer que 2010 foi incrível pra mim, digno de retrospectiva. E vai que acontecem mais coisas incríveis antes que o ano acabe? Ainda tem um mês inteiro! Foi um ano de aprendizado, de bater muito a cabeça na parede. Sim, ninguém é perfeito, muito menos 365 dias. Chorei muito (talvez o ano mais lacrimoso da minha vida). Mas também me diverti muito :)

Comecei o ano amando a vida, amando todos, pra logo aprender a não confiar em promessas. Passei muito tempo com amigos, acampando, em viagens malucas, em shows épicos. Conheci Lisboa, Madrid, Barcelona, Paris <3 e Roma. Conheci até Itu! 

Percebi que tenhos os melhores amigos do mundo, as melhores companhias para qualquer situação. Seja para desbravar o mundo, ouvir música, passar horas no telefone, cantar, ver a lua nascer no céu.

Aprendi também que existem coisas que só podem ser feitas por mim, sozinha, sem a ajuda de ninguém. Como acertar a vida e correr atrás de sonhos. Isso ninguém faz por mim. 

Eu vi um Beatles de perto! Vi o Guernica, vi a Monalisa, vi a Torre Eiffel, o Coliseu, o Papa! Conheci gente nova, pessoas maravilhosas que moram do outro lado do mundo. Também deixei algumas pra trás, por rumos diferentes demais. 

Cada mudança sentida e registrada no coração. Dando mais fôlego e impulso para o próximo passo. Consciente de cada escolha, responsável por cada atitude. Toda decisão gera uma nova realidade com suas particularidades e temos que assumir cada passo dado. 

Ainda tem chão até 2011. Mal posso esperar.

22.11.10

A experiência do amor - show do MacCa

O que vou dividir aqui talvez não possa ser dividido. É uma lembrança de 24 horas atrás, ainda não assimilada pelo sono. E trata-se de uma experiência vivida por milhares, mas para mim tão particular. Muitos ali já tinham visto o ex-Beatle Paul de perto, em 1990 ou 1993. Ou há duas semanas em Porta Alegre. Não, aquilo foi para mim a mais pura novidade. A primeira vez, que marcou mais que tantas outras primeiras vezes de uma vida.

E lá estava eu. Morumbi lotado. Todos cansados após horas de fila. Homens, mulheres, jovens, crianças, senhores de meia idade fãs há anos. Como não se identificar com pessoas com tanto em comum: o amor pela música, pelos Beatles e pelo sir Paul. Em pouco tempo na fila já encontrei conterrâneas do Paraná, um casal paulista muito divertido e um um senhor de Dourados, Mato Grosso do Sul. Todos trocando suas próprias experiências de shows passados, dos livros, CDs, LPs colecionados através do tempo. Incrível perceber que um detalhe possa reunir tanta gente diferente e possibilitar um diálogo aquém de idade, sexo ou origem.  

E o ar vibrava com tanta expectativa. Minutos antes do show começar, a ansiedade coletiva parecia tensionar cada músculo do corpo, prestes a romperem-se. Era sufocante, todos prendiam a respiração. Até que fomos impactados pelo primeiro acorde amplificado por caixas de som, contra-atacado com o rugido da platéia extasiada. Eu não conseguia gritar. O nó na garganta impossibilitava qualquer som. Então, chorei. Chorei pela emoção de ver, não tão de perto, um ídolo que eu amava. Chorei pelas músicas que me tocavam, pelo amor de Paul e Linda, pelas homenagens e pelo pedido de paz. Give peace a chance, baby. Chorei pelos que já se foram. Chorei pelo fim do sonho. 

Mas também fiquei rouca de tanto gritar e dancei como se não houvesse ninguém olhando. Afinal, eram as minhas músicas que estavam tocando. Tantas que me acompanham dia a dia e me fazem sorrir pela manhã. Ou aquelas que me fazer acreditar num amor sem limites. Aquelas que nos inspiram a sermos bons e querermos um mundo melhor. Mesmo que aqueles que as compuseram não sejam exemplo de perfeição, a música tem esse poder e isso já vale. Paul McCartney foi puro amor. :)

9.11.10

Vento de mudança

Nem sei porque vim aqui. Não tenho muito pra falar agora. Tenho pensado muito, mas nada inspirador que me obrigue a escrever pra não esquecer. Mas muitas coisas. Planos. Desejos. Vontades. Mudanças. Não tenho medo. E também nada a perder. 

Prevejo mudanças assim como prevejo a chuva chegando. Ventos fortes de tempestade. Daqueles que mudam o rumo das coisas. Daqueles que anunciam o verão e todas suas cores quentes. Quero abraçar essa mudança. Receber de coração aberto os novos dias.

Passeando por aqui, vi tantos sonhos perdidos, tantas falsas esperanças e princípios esquecidos. Crescer tira pedaços, lapida, molda. Apuramos nossos sentidos. Cristalizamos nossos gostos. Assentamos como poeira. Pra um dia ter que quebrar tudo e recomeçar.

Eis o vento bradando novamente. Virando a vela. Levando-nos para novos horizontes. Sem rumo ou porto seguro. Apenas nos empurrando a favor da correnteza. Em direção ao nosso ponto de chegada. A um destino qualquer.

7.11.10

dúvida

Pensando se seria difícil trabalhar de garçonete em algum lugar longe daqui, minha única preocupação é:
- Como vou levar minhas gatas?
É grave?

4.11.10

Something

Enquanto ele
não vem
ela se aconchega
se envolve em som
e música
vibra a cada nota
e se deixa levar pelo
toque
se permite viver
o compasso
e balança
em cada ritmo
como sempre faz
enquanto ele
não vem

Alice

Ela voltou. Por tempo indeterminado.

2.11.10

tempo certo

Sinto como se pela primeira vez precisasse esperar. Qual será o futuro? Qual será a previsão? Se ainda não tiver nada arquitetado ou certo, é como se não existisse - ainda mais que não depende apenas de mim. No entanto, se parece um momento estagnado, não é. É hora de prestar atenção em que outras coisas. Hora de agir. Parar de culpar o que for externo e tomar uma posição. Nada de ideias, a vida exige ações. E agora é o momento. É o tempo certo.

tanto sol para dispersar e ninguém para compartilhar.

27.10.10

Eu prometo

prometo não prometer coisas impossíveis
aquelas coisas difíceis de cumprir
prometo sorrir sempre
mesmo chorando por dentro
prometo sonhar acordada
quando ninguém está olhando
prometo entregar meu coração
somente quando amar de verdade
prometo olhar para a lua
e lembrar quem vive sob ela
prometo fazer o mesmo pedido
quando a estrela riscar o céu

Queda livre

quem nunca sentiu vertigem
de cair dentro de um sonho
uma queda livre rumo ao nada

20.10.10

E daí

E daí que estou sem rumo
que não sei pra onde ir
que queria conhecer o mundo
e se estou pensando em fugir

e daí se tem horas que eu lembro
se logo depois eu esqueço
enterro bem fundo
jogo o tapete por cima

e daí que não fui correspondida
se eu tinha opções
e escolhi errado
o problema é só meu

e daí se eu consigo ficar horas
só olhando o céu e as estrelas
e daí que música é meu remédio
e minha crenças são tolas e ingênuas

e daí que eu acredito no amor
que só ele pode superar tudo
que existe um pouco pra todos
enxurrada ou conta gotas

16.10.10

Pensando...

Nem vi chegar. Quando percebi, já era. Acordei uma manhã e notei a diferença. O peso da responsabilidade. O desinteresse por certas coisas. Aventuras, sim. Mas nada alucinante como antes. Nesses casos, o efeito seria sentido na manhã seguinte. Nada mais de coraçõezinhos juvenis. Rosa, nem pensar. Divã diário pra quê? Agora era a hora de planos sérios e concretos. Ambições de verdade. Não contar tanto com a sorte. E deixar as complicações de lado. Esse era um tempo perdido que não voltaria. Simplicidade seria a bola da vez. Menos pretensão. É agora ou nunca.

14.10.10

Growing apart

Penso todo dia em seguir em frente
Cuido todo dia para não olhar pra trás
Junto os pedaços pra ficar inteira
Só esperando pra recomeçar

12.10.10

Não troco por nada

Tem coisas que a gente não troca por nada
viagem com os amigos
declaração de amizade eterna
um olhar demorado
cumplicidade entre irmãos

ainda não surgiu nada que substitua
cachoeira no meio do mato
abraço apertado
pôr-do-sol distraído
um dia com a família reunida

e por isso só tenho a agradecer
por todo dia ser novo e diferente
pelas aventuras de final de semana
pelos melhores amigos do mundo
e por todo amor que se tem pra viver

7.10.10

A menina e o céu

Quando andava, ela tropeçava. Sempre distraída pelo belo azul sobre sua cabeça. Amava o céu. Principalmente o céu de brigadeiro, quando realmente queria mordê-lo. Mas até hoje nunca conseguira. Nem na ponta dos pés podia tocar. Mesmo assim, o céu era da menina. E a menina era do céu. Adorava nuvens macias, o laranja do fim de tarde. A lua sorria com ela. Oferecia-lhe taças de estrelas. As nuvens negras choravam com ela. Davam-lhe consolo. E assim seguiam os dias. Ela, sonhando com ele nas horas que não podia ver seu azul. Ele a acordava trazendo luz sob as cortinas.  E ela almeja o dia em que estariam juntos. 

5.10.10

devaneio

A vida não é difícil de ser decifrada. O que desfavorece a interpretação é exatamente o que se guarda pra si mesmo. Os segredos, as coisas que não se fala em voz alta. É fácil saber o que é. Todo mundo sabe, mas ninguém diz. O que não se fala, não existe e deixa tudo mais difícil e mais interessante.

Conheço quem se alimente de dramas e quem os ignore. O primeiro grupo dramatiza coisas fáceis e deixa reservado para sua própria angústia o que não quer resolver. O segundo interioriza tudo para deixar explodir uma gastrite nervosa. Cada um tem o seu troféu.

Os seres humanos acreditam que a complexidade traz grandes realizações. Os obstáculos dão força. Quer dizer que evitar barreiras é sinônimo de fraqueza? Pode ser. Este texto é um devaneio. Uma vontade escrever qualquer coisa. Também não escrevo aqui o que não deve ser dito. E, por isso, não adianta de nada. Quem ver não terá vontade de ler nos espaços em branco.

2.10.10

E então...

e então o céu chorou comigo
estava eu mergulhando em devaneios
quando ele me lembrou o que era pra ser:
lágrimas para nunca mais

27.9.10

Sorriso secreto

e pela segunda vez o destino lhe acenava...

Escolher e decidir

será que esse mundo me acolhe?
esse mundo que não me pertence
esse que eu vejo só de longe
e que oferece tantos sonhos e brechas

é um receio estranho de escolher
tomar um rumo e deixar outro
e quem sabe não voltar
ou quem sabe ficar e...

esperar não dá mais
esperar eu não quero
sim, sou impaciente e daí?
decidir por mim ninguém vai.

19.9.10

Paris, je t'adore



Agora eu entendi. Todo aquele amor pela cidade mais linda do mundo. Entendi porque tantos idealizam, tantos sonham ou escrevem sobre ela. Sei que quando fiz minha primeira visita a Torre Eiffel, eu respirei aquele ar como se pudesse prendê-lo para sempre em meus pulmões. Sim, sou mais uma dessas bobas apaixonadas pela mais bela paisagem em que pousei os olhos.

Não sei nem explicar. Paris não é uma cidade perfeita. Tem pobreza, mendigos pelas ruas, estrangeiros em empregos vulneráveis, vivendo à margem das leis e da dignidade. E sim, existem os parisienses blasés, como o pessoal da área de fumantes do Deux Moulins, ou os garçons impacientes com turistas quebrados que teimam em sentar nos Cafés... 

Mas Paris é muito amor. É linda. Respira cultura, história. Tem museus e galerias por todos os cantos. As pessoas leem nos metrôs, nos parques, se vestem bem, e sim, são educados. Cheguei a ter um dia de depressão quando voltei para casa. Eu lembro da vista do alto da torre... aquela cidade branquinha e charmosa... as lágrimas me veem aos olhos involuntariamente. 

Diferente de outras capitais europeias que conheci, Paris possui a história que mais ficou marcada na linha do tempo da humanidade. A Revolução Francesa, queda da Bastilha... inclusive o chão de uma praça foi feito com as pedras da bastilha, para que todos os dias o povo pudesse pisar sobre o que um dia foi o marco do Absolutismo. E mesmo assim, o povo que forjou os ideais de igualdade, fraternidade e liberdade, acabou abraçando a megalomania de Napoleão alguns anos mais tarde...

Andando pelas ruas de Paris, a grandeza de sua história e personagens salta aos olhos. O parque de Mars -  ou Marte, o deus da guerra - em frente à escola de militares e os memoriais de conquistas adornam a cidade que hoje vive em aparente paz... Todos esses aspectos se misturam em minhas lembranças. Estão fragmentados e somados às imagens oníricas de pôr-do-sol à beira do rio Sena ou o borburinho do anoitecer em Montmartre. 

Ah, o fim de tarde. Os homens voltando do trabalho com um pacote da baguetes ou mulheres levando flores. Os cafés lotados. A cidade luz iluminada. A música nas ruas. A Torre Eiffel brilhando com milhares de luzes piscando como vagalumes. O frio fora de época. Os lenços e cachecóis nos pescoços. Paris me fez apaixonar. Como há tempos eu não me apaixonava.

11.9.10

E agora?

Terceiro dia sem sono. Difícil voltar a realidade. Diferença de horários. E no fundo uma angústia. Então era isso. Ela comprovou que o mundo era maior do que imaginara. E muitos estavam nessa mesma jornada de conhecimento. Se sentiu pequena. Se sentiu perdida. Mas se sentiu muito viva. Queria mais.

Mas até que pudesse tentar de novo, teria que voltar pro trabalho, pro cotidiano pequeno, para as vida real e pacata. Queria a coragem de alguns. Principalmente pra mudar de vida. O que tinha agora parecia tão... insosso perto do que havia além dos horizontes.

Agora ela entendia tanta coisa. Principalmente o porquê de muitos não voltarem. Estava triste. Mas teria que esperar. Tomar fôlego para o próximo voo.

8.8.10

Paixão

Me apaixonei pela vida
e quero possuí-la
com as mãos cheias
e com o corpo quente
me envolvi com sonhos
me perdi em ousadias
planejei alto
para colher estrelas
me agarrei a ilusões
só pra provocar euforia
e agora ela pulsa
a vida vadia
que me faz querer dela
somente alegrias

29.7.10

Ela está indo embora...



Malas prontas. Bilhete dobrado deixado sobre a mesa. Abre a porta dos fundos. Sente o vento soprando os cabelos. Despede-se de olhos fechados e sem olhar para trás. "Adeus". Pais, irmãos, amigos. Ficam todos em seu passado. Não por falta de amor. Mas porque os ama muito, mas também ama a si mesma. Cansou de conhecer o mundo por livros e televisão. Cansou de definhar vivendo uma vidinha pequena. Queria experimentar o mundo e ninguém poderia fazer isso por ela. Queria desbravar fronteiras como Odisséu, seu herói. Se perder mundo a fora. Conhecer pessoas novas. E um dia, quem sabe, voltar. Mas não sem antes arriscar tudo. Toda saudade e obstáculos poderiam ser suportados. Eles eram inclusive esperados. Queria viver além dos limites. Ela estava indo embora...

Pablo disse...

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projecto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.

[Pablo Neruda]

26.7.10

Saga

Dormirei no inverno e amanhecerei no verão
e quando eu voltar será primavera

25.7.10

Lua cheia e só

Nunca tinha visto a lua nascer como o sol. Por trás das montanhas e pedras, brilhante e luminosa. Uma luz tão forte que iluminava todo aquela escuridão, ofuscando até as estrelas. Naquela hora, pensei em mil coisas pra escrever. Pensei na beleza das pequenas coisas, que a vida é plena sem precisar de muito. Que cada momento deve ser apreciado. Mesmo que no silêncio. Sem que nenhuma palavra precise ser dita. Apenas ver a lua cheia nascer. Magnífica. O verde e as montanhas. O som de grilos, passos distantes. Violão. Amigos sentados em uma pedra. Apenas isso e mais nada.

9.7.10

O fim

Ela tinha medo dos finais. Não sabia o que viria depois. Todas aquelas páginas em branco. Morria de medo. Um dia, sem perceber, virou aquela última página. FIM. Apenas assim. E não foi como pensou ser. Pareceu emocionante. Poderia começar outro livro, outra história. Era simplesmente diferente. Achou que o fim fosse definitivo. Mas haviam recomeços. Páginas e páginas esperando contar novos contos, romances, fantasias, memórias. Bastava agarrar firme à velha e empoeirada máquina de escrever que era sua vida.

Just my imagination

Breakaway

"Quero sentir a brisa quente
Dormir debaixo de uma palmeira
Sentir o agito do oceano
Embarcar num trem veloz
Viajar num avião a jato
Para bem longe
E me libertar"

6.7.10

Trilha Sonora

A Lumis achou um joguinho bacana no Last Fm e eu fiz tb =). Bem divertido!




REGRAS:
1. Abra sua lista de música (no ipod, mp3 player, windows media player, etc.)
2. Coloque no modo shuffle/random/aleatório.
3. Aperte play.
4. Para cada pergunta abaixo, escreva o nome da música que esteja tocando.
5. Quando passar para a próxima pergunta, aperte o botão pra avançar pra outra faixa (next).
6. Não minta e não tente parecer legal.

LISTA:
Créditos iniciais: Creed -  Higher
Tema do seu nascimento: Lynyrd Skynyrd – Down South Junking
Primeiro dia na escola: Oswaldo Montenegro - Pó
Primeira briga: Feist – Brandy Alexandre
Primeira decepção amorosa: Cordel do Fogo Encantado – Os anjos caídos
Tema de sua vida escolar: Beatles – Two of Us
Tema de sua vida adulta: The Breeder – Sinister Foxx
Trilha sonora para sua primeira vez: Joan Baez – Blowin in the wind
Trilha sonora para as demais vezes: Engenheiros do Hawaii – Arame Farpado
Primeira canção em seu carro: Phantom Planet – Lonely Day
Tema de seus flashbacks: David Gilmour – High Hopes 
Sua canção de namorados: Arcade Fire – In the Backseat
Música de seu casamento: Ultramen – Máquina do Tempo
Tema do nascimento de seu primeiro filho: Oswaldo Montenegro – Eu não existo sem você
Última música que ouvirá antes de virar gagá: The Breeders - Cannonball
Música que estará tocando quando morrerá: Reino Fungi - Sinto
Música do funeral: Oswaldo Montenegro – Vida de Artista
Créditos finais: Jon Brion – Spotless Mind

26.6.10

Lua



Olho para o alto e vejo. E penso. 
Será que você pode ver também? 
A mesma luz, o mesmo brilho. 
Te traz as mesmas lembranças? 
Te sugere a mesma poesia? 
Porque eu vejo e sonho. 
Devaneio com símbolos e significados. 
Toda mitologia e crenças de outrora. 
Superstições e astronomia. 
É do mesmo astro que falamos? 
Compartilhamos o mesmo pedido à estrela cadente? 
Sinto-me como em outro planeta. 
Tão irreal e abstrato. 
Será que dá pra tocar? 
Será que essa lua é macia como a dos meus sonhos? 
Será que é feita de papel?
Se eu contar meu segredos pra ela, 
ela me dirá os teus?
Se ela te traz consigo,
peço que me leve com ela.

Us

25.6.10

Raízes

No fundo, ela também tinha medo.Temia que parecesse superficial, mas não era. Era algo tão forte e profundo que ela não podia suportar. Era mais fácil parecer desinteressada. Ou parecer apenas uma aventura louca. Se bem que era loucura. Era loucura o que sentia. A forma como se deixava levar. Os sonhos que cultivava. Era tudo uma loucura e uma grande aventura. E era sincero. Parou tantas vezes para questionar. Tinha horas que pensou que passaria, que tudo não passava de uma ilusão. Mas voltava cada vez mais forte. Ia criando raízes. Se aprofundando em seu coração. De um jeito que não sabia mais onde começava seus sentimentos e onde terminava os desejos. Havia tanta saudade misturada. De coisas que nem tinha vivido ainda. Mas também das pequenas coisas, dos breves momentos. E um pouco de expectativa. Daquilo que viria. Daquilo que poderia ser. Das vontades que queria concretizar. Mas para tudo existe hora e lugar. E ela não possuía tal mapa ou relógio. Teria que esperar e procurar. Até que as circunstâncias se ajeitassem. Enquanto isso, deixaria a loucura seguir. Cultivaria suas raízes. Regaria tudo com muito amor.


22.6.10

Curtinha

Pedaço de céu
mordida na lua
só com um rabisco
e sou toda sua

17.6.10

Viagem

Com a faca e o queijo na mão. A oportunidade e a possibilidade. Só faltando a coragem. O impulso. O passo certeiro em direção ao futuro logo ali atrás da porta. É mala, passaporte e passagem na mão. Cabeça aberta, coração seguro e pés preparados. Um punhado de sorrisos, um bocado de ousadia. Mala pesada de sonhos. Que voltarão carregadas de saudades.

Tem horas

Tem horas que não sei nada
tem horas que sei demais
tem horas que tenho medo
tem horas que desisto
tem horas que persisto
e mesmo assim insisto
que me faltam horas
que meu dia é curto
ou longo sem fim

e tem horas que apenas espero
espero a hora certa
o momento certo de dizer

13.6.10

Poente na estrada

É nessa hora que o verde e o azul
dão lugar ao horizonte em chamas
poente incandescente dos Campos Gerais

e de onde eu vejo, aqui sentada
a longa estrada corta o mato
ladeada por gigantes araucárias

e o sol se joga por detrás daqueles campos
deixando um rastro flamejante,
bronze e rubi

seguimos rumo a Oeste
de encontro a esse céu vermelho
pois é só na estrada
que nada fica entre nós
sol em fuga e eu

7.6.10

Consolo

Pôs a cabeça sobre seu colo e chorou. Grossas e pesadas lágrimas. Densos e dolorosos suspiros. Uma avalanche lhe saindo do peito. Mas ali estava seu consolo. Os dedos carinhosos nos cabelos. A compreensão eterna e silenciosa. O amor sem palavras. A cumplicidade velada. E um só conselho: paciência.

23.5.10

Domingo perfeito

Sei lá. É um sonho recorrente. Sabe aquela hora da manhã onde estamos meio despertos e meio dormindo. Na hora em que nossos sonhos são mais conscientes. É um sonho sobre o futuro, espero que próximo. De voltar a morar sozinha (ou não), quem sabe em Curitiba. Imagino morar num apê grande (sonho mesmo, haha) com paredes coloridas, meus pôsters dos Beatles, um quarto só pra guardar meus livros, CDs, uma vitrola antiga para meus LPs empoeirados. Uma varanda ou terraço pra poder curtir o céu... E poder receber os amigos no domingo pra almoçar. Cozinhar, beber um vinho e jogar muita conversa fora. E quam sabe, de tarde, todos irem num parque próximo (Curitiba tem essas vantagens), levar um violão e curtir o entardecer...    

20.5.10

Quero

Quero cores e sabores
mais amores
menos dores

quero olhares
mais sagazes
não velozes

mas demorados
e enamorados
descomplicados

simplicidade
muita verdade
e felicidade

17.5.10

Ao lado

Provavelmente só eu sinto isso. Uma saturação exagerada, e um receio paralelo, que não me permite sequer uma ausência por segundos. Mas tem horas que eu queria sumir. Ser livre e parar de pensar. Guardar na caixinha e resolver bem depois. Meu medo é perder a chave da caixa. E nunca mais revisitar minha agonia. Enquanto isso, sou obrigada a me analisar todos os dias. Marcar um X no calendário. Responder a chamada. E isso me cansa. É uma incerteza logo ao lado. E eu não tento desvendá-la. Deixo-a onde está. Ao lado. Juntando pó.

12.5.10

Arrepio

É um calor, esse arrepio
borboletas no estômago
e a pele eriçada no frio
querendo fazer o que eu não quero

quero mais do que acender o pavio
eu quero é estar viva
reagir a cada toque
ver a explosão de perto

experimentar estar febril
e queimar por dentro
deixar a mente descontrolada
só esperando teu comando

Sempre que sobra tempo
sempre que falta disposição
é pra lá que eu vou
me recolher em devaneios

9.5.10

Céu




É pura poesia sem palavras
feito de estrelas e desejos

é nascente e é ponte
da paleta mais colorida

é o mesmo sobre nós dois
ainda que em molduras diferentes

é nosso teto e nosso chão
onde sonhamos pisar um dia

é inspiração, é paz
é a barreira que nos separa do infinito

3.5.10

Dito ou escrito

Não digo porque não pode ser repetido
E não repetido é logo esquecido
Eu deixaria de guardar estas palavras
E por isso escrevo

Aqui elas não se perdem
Aqui eles são pra sempre
Mesmo que mentiras
Aqui elas são mais reais do que ditas

Lar




When I think of home
I think of a place where there's love overflowing
I wish I was home
I wish I was back there with the things I been knowing
Wind that makes the tall trees bend into leaning
Suddenly the snowflakes that fall have a meaning
Sprinklin' the scene, makes it all clean

2.5.10

O que preciso

Eu preciso de mim
preciso de foco, de certeza
preciso estar composta
atenta e disposta

não preciso recontar a mesma história
não agora, não depois
preciso parar e tomar fôlego
pois o próximo passo terá mais impulso

só preciso de minha mente cativa
e poesia para adoçar os dias
o depois é para depois
e agora não é hora

Poesia

Faz o ar estalar entre os lábios
ao buscar entonação correta
pra expressar como aquela luz
aquele olhar, aquela estrela
fazem muito mais sentido
quando vistos do avesso

1.5.10

Alternativas

Ser livre como o voo da gaivota
ou cativa como a esposa no lar
ter mochila e polegar dispostos
ou raízes assentadas e profundas

ser racional e pensante
ou sentimental e inconsequente
viver de fantasias e sonhos
fugir de farsas e promessas

como eu gostaria de escolher
ou que aos menos as opções fossem
coerentes e compatíveis
pra delas poder discernir

sei no entanto,
que todas as alternativas oferecem você
todas são feitas dos sonhos
todas de papel machê

30.4.10

Pablo disse...

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Tal vez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

28.4.10

Silêncio

Queria poder te sentir agora. Te aspirar. Te absorver. Tomar tua paz para mim. Tua ausência de som, tua cor. Abraçar tua imensidão. Aconchegar. Suspirar. Me envolver em tua ternura e dormir.

Clarice disse...

A felicidade aparece para aqueles que choram. Para aqueles que se machucam. Para aqueles que buscam e tentam sempre. E para aqueles que reconhecem a importância das pessoas que passam por suas vidas.

23.4.10

E se te contasse que Ele fala comigo todos os dias
A cada amanhecer, a cada folha caída, eu vejo
Seja pela perfeição das asas das borboletas
Ou pelo vôo dos pássaros no céu, eu sei
Que todas essas mensagens são para mim
São para prosseguir e nunca olhar pra trás
Para aceitar o que não cabe a mim escolher
Para entender que existe muito mais do que enxergo

22.4.10

A
N
C
W
                                E
I

Seriam pingos de chuva ou 
o céu me mandando escrever
tinta molhada e transparente
soletre seu nome pra mim

doação

dá-me tempo
dá-me atenção
dei-te ouvidos
dei-te o coração

15.4.10

Erros

somos feitos de erros
eles nos fazem
dar um passo a frente
querer melhorar

até mudar pode
mas nunca negar-se
chegamos onde chegamos
somos o que somos

por causa deles

Preguiça


Tenho preguiça de medir palavras
preguiça de fazer rimas
se procura esse tipo de poesia
não é aqui que vai encontrar

*Foto do tumbrl  da Luma ;)

14.4.10

Pensamentos II

E se eu me perder aqui
faria tanta falta assim?
o mundo sem mim
eu sem o mundo
ficaria apenas na companhia
dos incansáveis pensamentos
girando na própria órbita
imóvel no ponto de partida
andando em círculos concêntricos
em busca da minha saída

13.4.10

Pensamentos

Fugiram me as palavras
perdi-me em pensamentos
lá elas são desnecessárias
estes labirintos independem delas
não precisam ser pronunciados para existir
lá estão eles
me devorando por dentro
mais reais do que além dos meus olhos
verdadeiros como eu gostaria
mas falsos como deveriam

2.4.10

Depois da chuva, a paz

Os trovões e lama não a afugentaram. Estava viva. Frio até os ossos, porém viva. Sangue quente nas veias. Sobreviveu a três dias de loucura, música, vibração e comunhão com o universo e queria mais. Não teve medo um segundo sequer. Estava sozinha mas em comunidade. Que paz era essa? Vivia algo além do que podia imaginar. E estava ali. Na hora certa. Lugar certo. E amava o mundo como jamais amou. A música embalou se espírito. Bailou com os ventos. A vida era maravilhosa.

1.4.10

Tenho medo...

Do que é mais forte que eu
daquilo que não posso controlar
de mágoas eternas
de falsas verdades
dos sonhos não concretizados
das viagens sem volta
de passado pendente
das minhas fraquezas

um medo de errar
e não saber perdoar

29.3.10

Lista surreal para novo ano


Adoro listas. Listas do que fazer, o que comprar no mercado pra ir acampar, de amigos para festas. Livros para ler, filmes para assistir. As mil coisas que quero fazer antes de morrer. Listas. Listas. E hoje não é diferente. Vou listar desejos para o meu ano novo particular. Aquilo que eu espero que aconteça ou o que eu devo fazer pra que tenha um bom ano... Vamos a ela!

Colorir espaços em branco
Dividir biscoitos e luares
Amar os amigos, mesmo os mais pentelhos
Fazer dos tombos passos de dança
Transformar rabiscos em licença poética
Mordiscar nuvens sem se lambuzar
Não desdenhar as estrelas menores
Recomeçar sempre, principalmente nos finais
Sorrir mesmo com alface no dente
Abraçar sem aviso
Beijar com gosto
Falar a verdade sem cruzar os dedos
Deitar na relva pra descarregar
Sonhar com legendas pra facilitar
Doar ombros e colos aos mais necessitados
Abrir mão da saudade às vezes
Abocanhar felicidade
Atropelar pulgas que moram atrás da orelha
Viajar infinito
Cantar primaveras
Colher outonos
Aconchegar invernos
Extravasar verões
Soltar a franga, a coala e de vez em quando a panda albina
Pingar os dias
Regar as noites
Não conter lágrimas, elas são pesadas
Plantar futuros
Ninar as risadas
Despertar alvoradas
Viver de amor e água

Os bons tempos voltaram



Veja, você se esqueceu
Não sei porque
Nós já fomos tão felizes
Recorda o que passou
Queria vê-la outra vez
E juntos sermos felizes talvez
Passear no parque
Deitar na grama

Tomar uma coca 
E assistir um show de Rock com você
Com você, com você
Eu só queria, eu só queria ter você
Enfim pensamos em nós
Vivemos o dia de hoje
Sem ligar pro amanhã
Os bons tempos voltaram
Os bons tempos voltarão
Os bons tempos voltaram

Sempre sempre sempre sempre
Adoro você, eu adoro você
Adoro você baby, baby, baby

21.3.10

Reclamando de barriga cheia

Na boa, não sei porque faço isso. Mas a cada aniversário, eu tenho um bom mês de pira. Não creio que seja medo de envelhecer. Isso é um fato (paciência) e todos têm o mesmo destino... É mais aquela pira (ou lombra, haha) de não ter conquistado tudo que gostaríamos. E por isso que digo que reclamo de barriga cheia.

Não lembro quando essa mania começou, mas lembro de 2007... eu tinha uma lista de frustrações enormes. E sabe o que aconteceu? em questão de 2 meses eu resolvi todos! Foi o ano que mudei pra Blu, arrumei um trampo massa, tirei a carteira de habilitação... etc etc. No ano seguinte, meses depois, voltei pra casa, fiz mais um monte de coisa bacana...

Ano passado, eu estava desempregada e com mais algumas decepções na manga durante meu aniversário. E mais uma vez tudo se resolveu. Isso, sem mencionar, que todas as festas de aniversário foram maravilhosas e eu estava na presença dos meus amigos do coração. Disso não posso reclamar.

E este ano? A crise está chegando, mas tenho uma viagem marcada para a Europa, estou terminando uma pós, trabalhando bastante, amigos maravilhosos, tudo tudo super bem. Resumindo, a reclamação é que não tem do que reclamar, rs. Uma pendência aqui ou ali, que dependem de intervenção divina. E uma tradição de grandes acontecimentos pós-niver. Então que venham as surpresas!

19.3.10

Existe um coração

"Existe um coração. Eu só queria que vocês soubessem disso. É um coração bem grande e generoso até demais, pronto para fazer todo mundo caber dentro dele. Um coração que oferece casa, comida, roupa lavada, amor, carinho e amizade de verdade. Existe esse coração. E ele não muda de acordo com as datas do ano. Ele é o mesmo no Natal, no Carnaval, no frio de junho. Talvez no frio ele fique mais contente e calmo. Mas o fato é que existe um coração que se machuca ao menor toque descuidado. Sai sangue. E esse coração, para se defender, tira correndo a pessoa que encostou ali de mau jeito e provocou o machucado tão dolorido. Pode doer tirar. Mas ele tira. Arranca aquela pessoa dali. Porque existe um coração sensível, generoso e disposto a dar casa, comida, roupa lavada, amor, carinho e amizade de verdade. Era só isso o que eu queria dizer para vocês, meus amigos. Existe um coração exigente. E ele vai continuar assim porque já se sabe que certas coisas não mudam nem são ruins. Elas são assim. E pronto.Quinze anos de análise e o coração continua o mesmo. E quem conhece bem de perto e de verdade diz que é bom que seja assim. E ama esse coração assim mesmo, do jeito que ele é. Ele e os seus caprichos".

(Nina Lemos - 02 neurônios).

17.3.10

Baby

Devendra Banhart ~ Baby from Ron Winter on Vimeo.

Carla Bruni disse...

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses.
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos chagrins il s'en fait des manteaux

Pourtant quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore,
C'est quelqu'un qui m'a dit que tu m'aimais encore.
Serais ce possible alors ?

On dit que le destin se moque bien de nous
Qu'il ne nous donne rien et qu'il nous promet tout
Parait qu'le bonheur est à portée de main,
Alors on tend la main et on se retrouve fou


Mais qui est ce qui m'a dit que toujours tu m'aimais?
Je ne me souviens plus c'était tard dans la nuit,
J'entend encore la voix, mais je ne vois plus les traits
"il vous aime, c'est secret, lui dites pas que j'vous l'ai dit"

Tu vois quelqu'un m'a dit
Que tu m'aimais encore, me l'a t'on vraiment dit...
Que tu m'aimais encore, serais ce possible alors ?

On me dit que nos vies ne valent pas grand chose,
Elles passent en un instant comme fanent les roses
On me dit que le temps qui glisse est un salaud
Que de nos tristesses il s'en fait des manteaux,

10.3.10

Aos amigos


Sempre que estou angustiada, triste ou perdendo a fé eu paro pra pensar. Elenco todas as pessoas que estão do meu lado, dia após dia, longe e de perto e, sem perceber, já começo a sorrir. Porque não se pode abalar quem tem amigos de verdade. Os obstáculos e aflições existem, mas a superação acontece.

E são essas pessoinhas, escolhidas a dedo para serem meus irmãos de jornada, fazem parte das vitórias e consolo nas derrotas. Não é casamento, mas estão presentes na alegria e tristeza. E sempre que alguém parte, deixa um vazio gigante que ninguém consegue preencher. 

E sei que cada um de nós pode olhar para o lado e oferecer o ombro, os ouvidos e o coração. Vamos dividir os pesos as dúvidas e medos. E estaremos sempre unidos, de mente e coração, na amizade que dura para sempre.

"Saiba que com amigos por perto, tudo dá certo, se alcança qualquer objetivo, se ultrapassa qualquer obstáculo".

8.3.10

Vou guardar na memória e queimar o resto...

5.3.10

Impaciência

Sim, está tudo conforme o combinado. Plano seguido à risca. Tudo se encaixando como se fosse destino. Nenhuma pedra fora do lugar. Então, por quê? Que pressa é essa? Querer apressar o fim dessa maneira. "Tudo flui como um rio". Panta rei os potamós. No final, tudo acabará bem. Cada pingo no seu I. E a viagem vai ser uma festa. Mas lá, lá na frente, você terá as respostas. Não se afobe. Tudo se encaminha para o que é pra ser.

Posteridade

destas mãos verá poucas obras
algumas letras no papel
esparramas e avulsas
um aceno, aperto de mão
dois afagos e um tapa
e uma semente no chão

3.3.10

Reflexão

Amor não é solução, é um bônus.

uma vida para Marina - parte 3

Se alguém ainda lembrar, é a terceira parte do meu projetinho que começou há dois anos. Nunca mais tive vontade de continuar a história, mas agora me bateu uma saudade e fiz mais uma parte. Espero os comentários.
A parte 1 está aqui e a dois aqui.


Faz poucos dias que Marina comprou o presente do pai. A moça da loja embrulhou a gravata azul-marinho com listras finas brancas em um papel verde-limão. Marina franziu a testa quando recebeu o pacote. Achou cafona demais, mas não fazia parte de suas habilidades fazer pacotes de presente, então, teve que aceitar o embrulho assim mesmo. O pai não ligaria, é certo.
Ela pegou o pacote do armário e fechou a porta sem antes afagar Fred. Dar comida e recolher a sujeira dele da sacada era o máximo que ela se permitia. O cachorro herdou o descaso de Marina com André.
O pai morava a meia hora de ônibus do apartamento de Marina. Ele comprou um apartamento de dois quartos com as economias que sobraram do rombo que Beatriz causou quando se separaram. O dinheiro foi poupado durante anos para as viagens que a mulher tanto queria fazer quando ele se aposentasse. Agora, servia de abrigo a Afonso. Um desperdício, Beatriz repetia às amigas.
Marina tocou a campainha enquanto Afonso terminava de aprontar a mesa. Ele conservava o ritual de colocar os pratos, talheres e copos da maneira que Luiza, a irmã mais velha de Marina, havia ensinado. Coisa que mais nova sequer tinha vontade de fazer. Era como uma afronta à Marina, eternamente comparada a Luiza, mas ela não dizia nada e sempre elogiava os esforços do pai.
Marina entregou-lhe o presente. Não era data de nada. Era só uma coisa que ele precisava sempre no escritório de advocacia. Desde que eram crianças, Afonso recebia gravatas das filhas. Tinha de todos os tipos e cores. Mesmo assim, fingia surpresa quando terminava de rasgar os embrulhos. Sorriu e abraçou Marina, apertando-a com um certo exagero para uma ocasião tão corriqueira.
Do abraço, Afonso puxou a filha pela citura e a acomodou na cadeira do lado direito da mesa retangular. Colocou na mesa um frango de padaria. Marina não se surpreendeu com o cardápio. De todos os gostos da filha, o frango assado era o que ele mais lembrava. Senão, o único. Os dois se sentaram e cumpriram o ritual domingueiro. A conversa parecia uma entrevista. Como você está? E o trabalho? E essa tosse? Foi ao médico? Luiza está bem? Veio aqui?
Pai e filha gostavam de desfiar o peito do frango com as mãos. Lambiam os dedos e terminavam de encher os copos de refrigerante quando ainda estavam na metade. Eram iguais, Beatriz sempre dizia.
Marina sofria a solidão do pai. Enquanto ele torcia secretamente que a filha mais nova ficasse solteira sempre. Afonso fingia interesse pelas dores de Marina, mas o que ele queria mesmo era a atenção que ela lhe dispensou desde a separação. Tinham em comum a decepção, o apego ao passado, a gastrite e a gordura nas mãos.

(continua, eu acho)

2.3.10

nem escrevo mais tanto, nem leio muito, nem cresci mais, nem ouvi aquela música, nem emagreci o que gostaria, nem dexei ninguém de lado, nem odiei o suficiente, nem amei o bastante, nem fui tão paciente, nem escolhi ser assim, mas nunca fui insatisfeita.
se te vejo
medo
se te sinto
minto
se te encontro
pronto

28.2.10

Vidas que merecem virar filme

Sempre critiquei o ufanismo sobre o futebol no Brasil. Sempre. Me frustra que as eleições ocorram no mesmo ano que a Copa do Brasil, pois parece que as pessoas torcem mais por uma seleção do que por um futuro governante. E acabo sendo cética sobre os benefícios do esporte, afinal poucos têm nele uma oportunidade de vida.

Mas essa semana, confesso que mudei um pouco minha opinião sobre isso. Nos dois últimos domingos, me emocionei vendo dois filmes muito parecidos. Os dois tem indicação ao Oscar desse ano, são baseados em histórias reais, tem como tema central o conflito racial e o esporte como fator de integração e superação.

O primeiro é Invictus*. História do presidente Nelson Mandela, mostra a recepção da África do Sul após sua eleição e posse. Nessa transição, vários símbolos do apartheid caíram, como hinos e cores da bandeira. Mas o presidente preferiu manter o nome e as cores de um time de Rugby (muito popular no país) que representavam a elite colonizadora. Tudo para mostrar que o fato de um negro estar no poder, não significava a exclusão dos brancos. Diferente dos governos anteriores, de divisão e segregação, o seu governo seria de união. E após 27 anos de prisão, Mandela estava pronto para perdoar seus carrascos. 

Mandela inspirou e aconselhou o capitão do time a ser um grande líder de seu time durante a Copa Mundial de Rugby sediada na África do Sul. E ali foi possível ver o que a sensibilidade e compaixão podem fazer pelas pessoas. Em como o amor por um time pode unir homens brancos e negros. 

O segundo filme é Blind Side**. Conta a história de Leigh Ann, uma mulher casada com um dos donos da rede Taco Bell, que fica sensibilizada por um garoto negro de 17 anos da escola de seu caçula. Ela o leva para casa, e a família acolhe o rapaz. Ele entra para o time de futebol americano da escola, e a medida que ele se adapta a nova vida, vai mudando a vida de todos ao redor. Big Mike, como é chamado, veio de um lar destruído pelas drogas, morava na rua e tinha dificuldades na escola. Mesmo assim, nunca se tornou agressivo ou rebelde pela situação. Pelo contrário, tinha um forte instinto protetor por todos ao seu redor. Hoje, o rapaz é um premiado jogador da liga americana. 

A maior mensagem dos dois filmes é a fé nas pessoas. É a capacidade de ver algo bom em todos, sem distinção. E não apenas fé sobre os oprimidos. Mas a crença na transformação daqueles que pareciam certos desde o princípio. Todos são lapidados durante suas trajetórias de vida. Todos têm algo a aprender. E fazer o bem sempre vale a pena. Saber que essas vidas são reais só aumentam minha fé nas pessoas. Existem boas coisas em que acreditar e pelo que lutar.

*Invictus é o nome de um poema que Mandela manda como inspiração para o capitão do time de Rugby. 

**Blind Side é um termo esportivo que significa ponto cego. O jogador que corre com a bola para o touchdown não tem visão sobre seus adversários e um jogador tem a função de protegê-lo deles.

27.2.10

Bucket list

*Ter um bloco de papel para anotar idéias geniais e não deixar elas escaparem
*Acampar e dormir olhando as estrelas

*Andar de balão com a Mileide e com a Jéssica
*Quebrar as regras uma vez por semana
*Viajar para a Inglaterra e conhecer onde os Beatles nasceram

*Comprar uma guampa para tomar tererê em dias quentes
*Me perder num olhar 

*Aprender a tocar um instrumento, de preferência um violoncelo
*Ler mais livros
*Olhar menos para o relógio
*Escrever o roteiro de um filme engraçado
*Descobrir uma grande certeza que não gera grandes dúvidas
*Comprar uma coqueteleira para fazer caipira de cerveja

*Perder o fôlego por um bom motivo com mais freqüência
*Cantar uma música em público
*Dizer "eu te amo" sem medo de não ser correspondida 

*Ver mais filmes
*Viajar com os amigos para uma cidadezinha qualquer sem rumo
*Ter uma casa no campo com horta, pomar e jardim
*Aprender a tricotar outras coisas além de cachecol
*Tirar mais fotos para colecionar momentos inesquecíveis
*Virar a casaca pelo menos uma vez no ano com a Jodely
*Ganhar um pandeiro de meia-lua para dias de silêncio
*Arranjar uma desculpa no trabalho para ficar em casa vendo TV debaixo das cobertas comendo brigadeiro
*Fazer mais amigos
*Manter os que tenho por perto e demonstrar o quanto eu os amo
*Aprender francês e ir para a França
*Comprar um baralho para dias de tédio coletivo
*Morar num lugar com espaço para ter cachorros
*Ouvir mais músicas
*Organizar um campeonato de mímica de nomes de filmes
*Fazer uma viagem com meus pais e irmãos
*Conhecer Macchu Picchu
*Ter um lugar para pendurar uma rede e celebrar a preguiça
*Reunir as Uatisdis numa festa de arromba (serve o casamento da Fer?)
*Tomar uma cerveja britânica em um pub londrino com a Carol curtindo uma banda local

*Ir pra Oktoberfest da Alemanha com a Roberta
*Pirar num show do King of Leon com a Luma
*Colocar uma mochila nas costas e rodar o mundo
*Passar um final de semana em Porto Alegre
*Comprar uma barraca
*Fazer mestrado

*Perder o medo de dirigir
*Diminuir o nível de psicose
*Começar a fazer meditação
*Ser menos estressada
*Contar uma história que ninguém contou
*Fazer algo bom pelo mundo
*Acrescentar um item por dia na lista
*Riscar uma coisa da lista por dia

D.

quando mais crescida
dançava sozinha
cantava sem tom
não seria boazinha
assim, só pra ser
ela não se importava
só queria viver
se o silêncio reinava
o faria correr

Alice pequenina


Quando pequena, vivia num mundo de fantasia. Seguia coelhos imaginários. Tomava poções mágicas para encolher e esticar. Falava com lagartas no alto de seus cogumelos.

Seguiu o conselho de um gato sorridente e se meteu em muita confusão. Comemorou desaniversários e um dia acordou do devaneio...

Missão

Sabe aquela crise que bate de vez em quando? Quem sou eu? Qual meu destino? Por que estou aqui? Questões como essa tiram o sono por alguns dias e logo passam... o mundo nos absorve de tal maneira que sobreviver passa a ser a questão mais importante. Mas eu acho que sei. 


Muitas vezes, parece que é  mais fácil nadar a favor da correnteza, mas nadar contra a maré é muito mais significativo e prazeroso. Ser otimista enquanto os outros estão entregues e vencidos, ou ser honesta e justa quando os outros mentem e enganam. Eu acho que é isso.

Nossa missão é ser diferente, quando todo o mundo é igual. Eu, você. Temos que ser íntegros, bons. Porque é muito fácil ser mau. É muito fácil se encaixar a esse mundo podre. E nossa missão jamais seria algo fácil demais. Entende?

Fazer a diferença é nossa razão de ser. 

24.2.10

Para o amor

Hoje eu te vi. Atravessou a rua correndo e nem olhou para mim. Passou batido. Mas juro que nunca imaginei te encontrar. Sempre achei que fosse uma mentira. Mas você é verdadeiro. Desde pequena, escuto histórias da carochinha em que você é o protagonista. Por isso, achei que fosse uma lenda. Sem falar que desdenham tanto você. É por isso que você foge tanto? Anda escondido, disfarçado de outra coisa. Mas eu percebi que era você. Era bem como imaginei. De tanto ouvir falar, criei uma imagem na cabeça. E lá estava você. Quem diria. Mas claro, exageram um pouco. Muita coisa que dizem por aí é suposição, super-interpretação e idealizações bobas. Você, na verdade, é bem normal. Parece simpático. Espero poder trocar uma ideia com você a próxima vez que nos encontrarmos... pode ser ali no café da esquina mesmo... perto da rua em que vi você passar...

17.2.10

convicções

Nem sempre são as melhores e, às vezes, faz bem ao coração mudar de opinião.

11.2.10

tudo que eu queria

te livrar de qualquer medo, te abraçar em noites frias e sentir o mesmo.
descobrir quão bom é ter as nuvens por perto.
tão curto tempo, tão próximo.
sentindo juntos, respirando. vivendo

10.2.10

Farofa de ovo

Ontem fiquei o dia de cama. Febre. Dor de garganta. Como consolo, o dia foi frio e me permitiu estar debaixo de cobertas. E a noitinha, minha irmã fez farofa de ovo e dividiu comigo. Não lembrava quando foi a última vez que comi, mas lembrei das circunstâncias em que meu pai fazia durante a minha infância.

Farofa de ovo era meu café da manhã reforçado nos dias de desfile de escola em 15 de setembro, aniversário da cidade. Eu possuía uma veia participativa que me fazia voluntariar em diversas atividades escolares quando muito pequena.

Com 5anos, eu estava vestida de um uniforme verde e, na companhia de outras tantas crianças, desenhávamos a bandeira nacional na avenida. Aos 6, usava um conjunto rosa (saia rodada e uma blusa de gola estranha) e fazia umas coreografias com uma fita de cetim. Aos 7, saia de pregas e moletom branco (bem cheerleader) com pompons. Aos 8, mesmo uniforme e sombrinhas (sim, na cidade em que mais venta no mundo, tivemos que cortar alguns movimentos porque as sombrinhas viravam do avesso).

Depois disso, acho que só aos 14, voltei a desfilar, dessa vez, tocando um instrumento na fanfarra do colégio. Enfim, dia de desfile era aquela zona. Estar na escola às 7 h da manhã, pra desfilar perto das 11h e chegar em casa 13h. Meu pai, ciente dessa grande jornada, me estufava com a farofa de ovo logo cedo pra aguentar a peleia. Eu achava exagero, mas certas horas eu já estava azul de fome e o fervo não terminava nunca.

Muito interessante a sabedoria paterna... Hoje, lembro com carinho daqueles dias de farofa de ovo...

8.2.10

Para a tristeza

É, eu te conheço bem. Você é estraga-prazer. Aparece nas piores horas... quero dizer, nas melhores. Vem pra acabar com a festa. Sim, eu sei que a gente tinha um encontro marcado. Mas eu desviei do caminho e fugi. Fiz de conta que esqueci o compromisso. Mas você me achou. Veio me lembrar de assuntos inacabados.

Olha, na boa. Não quero falar com você agora. Tenho tanta coisa pra resolver. Sinto muito, mas não tenho horário pra você na minha agenda. Volte outro dia.

5.2.10

A insônia de Alice

Era 2h17 da manhã. Estava ansiosa. Acabara de ver Vicky Cristina Barcelona e estava em êxtase. A passagem pousava sobre o criado mudo e faltavam apenas uns 190 dias para viajar. Queria ir logo. Sonhava com aquilo. Esperava pelos dias em que seria mais do que simplesmente Alice. Seria mais. Estaria completa.

continua

Uma canção

Nada vai me impedir
De chegar ao lugar preparado pra mim
Pois eu tenho a promessa
Tenho uma palavra no meu coração
Nada vai me impedir
De romper os limites impostos a mim

Cigana - TNT

Se você tá sem grana
E encontra uma cigana
E ela diz que tua sorte vai mudar
Ela estava certa
Na proxima esquina
Um cara pára e buzina
Pede tua mão e quer cazar
Se você tá sem sorte
Mas quer logo dar um jeito
Tá afim de ver a vida melhorar
Você está certa
Na proxima esquina
Se um maniaco te mira
E não tem ninguém pra te ajudar

Hoje eu tô com sorte
E com meu passaporte
Hoje eu tô com sorte
E com meu passaporte
Agora sei o que vou fazer

...

E s q u e c e r

D e l e t a r

A p a g a r

S u m i r

E s q u

D e l

A p

S

.

3.2.10

Gosto...

... do som dos teus pensamentos
da sinceridade dos teus olhos
da verdade das tuas ideias
da sensibilidade dos teus sonhos

gosto do que você gosta

2.2.10

O adeus

Encontrou todo mundo e fez festa. Bebeu, riu e se divertiu. Fez mil promessas. Sorriu e amou. Jurou ligar e voltar. Mas não voltou. Foi embora e sumiu. Partiu desse mundo para nunca mais. Vai ver que queria deixar uma boa impressão. "Vão ter boas lembranças de mim...".

Foi-se. Não se sabe se de morte morrida ou matada. Apenas levantou voo, deixando um gosto doce na memória. Melhor assim. Pra que se despedir? Ninguém precisava saber da partida. Ir sem dar adeus machuca menos.


1.2.10

Love is all you need

31.1.10

O forasteiro

Ele chega escondido e traz consigo os sentimentos que havíamos esquecido. Apenas os rastros de sua chegada já trazem à tona a desconfiança e medo. Aquela intolerância entre um e outro está de volta. O nervosismo na voz, o tom de ansiedade. Todos têm medo e a angústia se alastra como pólvora. Logo todos vociferam um contra o outro.

O forasteiro nem precisa estar presente. A simples menção do seu nome gera impaciência e frustração. A vontade de fugir e não deixar pistas. O desejo de cometer loucuras. Por que voltas, forasteiro? Sem chão e raiz, sempre volta. Tirando a paz e sossego.

Acha um rumo, forasteiro. Deixe o silêncio de nossos defeitos sob superfície. Não nos faça lembrar das imperfeições. Queremos fazer de conta que não há mal algum. Vai embora, por favor.

29.1.10

Nada a perder

Para ler ouvindo Acid House Kings

Lembrei de quando morava em Blumenau. Lembrei da música da Janis. "Ser livre é não ter nada a perder". Lembrei de um dia acordar e querer sumir. Ver pais e amigos e toda uma história e concluir que não tinha nada a perder. Entender que eu podia ir embora porque não fazia diferença ficar.

Em poucos momentos percebi que estava errada. Entendi que existem coisas que não se podem deixar para trás. Algumas são necessárias. Mas tem coisas que ficam marcadas pra sempre e que não mudam. Amor de pais, amizade, companheirismo. Isso não muda.

Já as decisões, a gente muda o tempo todo. Assim como eu quis ir embora e voltei. Mas agora me vejo desejando sair daqui de novo. Mas não por não ter nada a perder. Mas por ter muito a ganhar. Somar!

As reviravoltas estão acontecendo. Mesmo que a gente não perceba. Tudo está mudando e é somente o amor de muitos para nos dar um chão, um alicerce. Temos que aprender a não abrir mão de coisas fundamentais. Não dar passos no escuro. Saber que podemos contar com amigos. Eles estão perto mesmo longe. Não se pode perder aquilo que já faz parte da gente.

Pra ouvir com o vento nos cabelos

27.1.10

Aquele amor (reedição)

Gosto daquele amor inspirador
Aquele que nos faz gostar de coisas bonitas
Que nos faz sorrir sem motivo
Ou sonhar de olhos abertos

Existe um que só nos faz sofrer
Que não dá certo desde o começo
Apesar de todos os esforços
Esse não quero mais

Já aquele outro
Que nos desafia a sermos melhores
Que nos abre os olhos
Que é livre e ao mesmo tempo rocha firme

Longe ou perto
É esse que quero para mim

Novo plano (reedição)

Olhou pela janela e o horizonte não estava ao seu alcance. Era um vasto mundo lá fora. Muitas terras e fronteiras. Muitas pessoas e amigos que ainda não conhecera. Coisas que aconteceriam uma única vez e não presenciaria. Pilhas de livros a serem lidos. Filmes e músicas desconhecidos. Havia tanta coisa no mundo que queria conhecer. Será que um dia veria o cometa Halley? Ou quem sabe um dia de paz na Terra? Conclui que sua vida era curta diante de tantas coisas que queria fazer. Por isso cada dia seria um dia novo e de várias decisões e planos concretizados. Nenhum segundo poderia passar em vão. Que desperdício... Todos os espaços em branco seriam coloridos. Sopraria um pouco de ar no vácuo. Daria um impulso quando o balanço estivesse parando. Sorriria quando sentisse tesos os músculos do rosto. Dançaria na chuva se estivesse triste. Correria sem rumo se sobrasse tempo. Esse era o plano.

26.1.10

Põe no último volume

25.1.10

Confesso que vivi

já me rasguei, me escrevi
me refiz e avaliei
já menti
me arrependi
fiz porque quis
pirei e gritei
já chorei
recomecei inúmeras vezes
tentei e desisti
surtei e fui louca
agi por impulso
já voltei e fiz de novo
decidi e errei
tive crises
já fui embora e voltei
disse nunca mais e mudei de ideia
tive medo mas reagi

e agora só quero seguir
muita coisa me espera
vou parar de escrever histórias lidas por ninguém
e viver o que não se pode escrever

21.1.10

Lucidez

Percebi recentemente que
ou eu amo
ou eu escrevo

só assim pra me manter sóbria

Hey Jude

Seguir em frente


Me dá a mão e vamos juntos!
ninguém precisa andar sozinho
mas a decisão depende só de você


20.1.10

Desatar os nós


Prefiro me amarrar à vida
me amarrar à sorte
me amarrar à aventura

vamos deixar fluir
sublimar
sonhar com vagalumes

e pousar em segurança
no próximo devaneio

História lida por ninguém

Ela queria escrever a melhor história do mundo. Aquelas de contos fantásticos e comoventes que fazem a pessoa querer mudar de vida. Ou um romance que transformasse o mundo num lugar melhor. Ela queria fazer a diferença. E pra isso, contava com uma caneta e um caderno, onde registrava pensamentos e vivências.

Pretensão ou não, ela gostava de escrever. Pensou em relatar uma história de amor que nunca existiu, mas que fosse bonita e impossível. Ou então numa relação de amizade que superasse fronteiras e o tempo. Queria algo que fizesse pensar. Que fosse uma grande reflexão sobre a vida.

Rabiscou e rabiscou. Até esgotar toda criatividade. Percebeu que a ficção se parecia muito com sua própria vida. E que lhe faltava experiência de vida pra falar de algo tão grandioso. Entendeu que não tinha respostas, mas só perguntas. Perguntas que nem seus personagens tão vivos podiam responder.

Era um livro vivo e sem rumo. Talvez precisasse deixar a caneta de lado e viver um pouco mais. Sorrir, chorar, amar e sofrer pra saber do que se trata. E contar essa história só no final. Mas nem toda existência precisa ser um livro aberto.