30.3.09

O pacto

Mirou o fio do estilete com receio, mas não hesitou. Fez um pequeno corte na palma da mão e deixou algumas gotas de sangue cair sobre o documento. Então era isso: o pacto estava selado. Não um pacto entre amigos, irmãos ou amor da vida dela. Era um compromisso consigo mesma. Entre o ela de agora e o ela do futuro, cuja única testemunha era Deus.

Cansou da vida que levava e resolveu mudar. E para isso, fez uma promessa assinada com sangue. Uma lista de sonhos e desejos bem pensados. Nada que pudesse prejudicar alguém ou passar por cima de interesses alheios. Eram pequenas coisas, simples atitudes que exigiam certa coragem e ousadia. Mas nada impossível aos olhos daqueles que acreditam no extraordinário.

E lá estavam na ponta do papel os preciosos pingos vermelhos. Nada mais dramático. Porém intenso e verdadeiro. Era tudo ou nada.

pequeno resumo de um passado recente

Estive por aí. Fui conhecer Balneário Camboriú domingo. Andei muito de moto - 180km. Tomei sorvete na Barra Sul e comi Beirut no Chaplin Bar. Descobri minha vocação: dona de bistrô em um cantinho da Avenida Atlântica. Fora de temporada, Balneário até parece uma Curitiba pequena com uma grande vantagem: um mar lindo, lindo, lindo.
Antes, na quinta-feira, conheci Fernando Morais. Descobri o que é paixão por jornalismo e me senti feliz outra vez por ter escolhido esta profissão. Acabei jantando com ele, mais meu namorado e outras pessoas que eu não conheço - a não ser o Steve Martin. Ouvi histórias e vou guardar essa pra contar para meus possíveis filhos.
Estive em festa com música francesa e vinho além da conta. Fui dançar com o Fake It! e com o samba rock da Salve Salve. Estou fazendo aulas de francês e inglês.
Deixei o blog um pouco de lado por isso tudo. Resolvi viver minha vida ao invés de ficar desistimulada. Prometo mais detalhes sobre o Morais.
:*

29.3.09

Abrir os olhos...


... pela manhã e continuar sonhando acordada. Está decidido. Sonhar vai ser o ponto de partida de qualquer projeto. Antes de traçar qualquer meta é merecida uma viagem de olhos abertos. Hoje eu decidi. E nada vai me fazer voltar atrás. Esse vai ser um ano de viagem. Não comecei bem, mas como diz uma amiga, o ano começa após meu aniversário. E planos não faltam. Fiz uma pequena lista hoje. Viagens curtas e longas. Tenho aqui Blumenau, para breve. Rio de Janeiro... sim, com os amigos. Um curtíssima para Curitiba, para o casamento de uma amada amiga. E dois longos passos: Machu Picchu no final do ano com família e ainda sem data definida, Portugal. Primeira coisa, agora pelos próximos dias é o passaporte. Foto 5x8... PF... Projetos, minha gente! Ninguém vai me roubar os sonhos. Ninguém me segura. Está registrado aqui.

Quem sou

Cada dia uma música diz quem sou
cada letra fala por mim
cada melodia me embala por poucos minutos
ditando meu ritmo
sou de vários gêneros e vozes
todas me pertencem e não pertenço a nenhuma
pra saber do meu humor
me pergunte o que estou escutando

28.3.09

Inspire e expire

É sempre para alguém e nunca ao vento
não são palavras à toa, a esmo, ao léu
elas sempre tiveram donos e destinatários
um pra quê e um porquê
aspirações e expirações dosadas e controladas
mas hoje não existe um motivo
existe uma grande lacuna
que corpo e esforço não podem preencher
uma fôrma que eu completaria com argila
e uma colher de virtude e amizade
compaixão e sensibilidade
daria a forma necessária
e se pudesse lhe sopraria alguma vida
este recém-feito me entenderia
e entenderia o mundo também
seria perfeito e amável como um faz-de-conta
porém imperfeito como o que não é real

27.3.09

Sonhos

26.3.09

TPM e tentações

Todos os meses penso em gastar algumas palavras falando dela. A carrasca. Mas passam alguns dias e a vontade vai embora. E outros dias passam e adivenhem? Ela volta.

A minha TPM, como de qualquer outra mulher, tem várias características. Algumas mulheres, creio eu, presenciam apenas algumas facetas da vistante mensal. Outras, como eu, transitam pelas diversas fases. Inchaços, desconfortos. Gana por doce. Alteração de humor. Crise existencial ou tristeza. Euforia repentina. Um pouco de agressividade que resultam em pequenas patadas em quem se atreve a cruzar nosso caminho. E mais uma, que prefiro não comentar, haha.

No momento, pela gravura, acho que já dá pra sacar em que fase estou. E simmmm, eu me rendi às tentações de um maravilhoso mousse de chocolate. Pra não me render às tentações não mencionadas... E eu nem devia...

Enfins... vale o desabafo. Espero não esganar ninguém nesses dias...

Tempo sozinha

Bastam alguns minutos sozinha
para perceber que não sou
a minha melhor companhia

23.3.09

Can´t buy me love

O melhor presente não tem preço:
uma ligação à meia noite
acordar com um abraço
milhares de sorrisos
a companhia dos amigos
uma visita inesperada
um beijo de suspresa
abraço coletivo
cartão engraçado
carta, e-mail, mensagem
felicitações de longe
a lembrança de algo engraçado
lembrar dos anos passados
o céu mais azul
as estrelas mais brilhantes
o pôr-do-sol perfeito
doces palavras
minhas músicas pra acompanhar

quem precisa de mais?

O que você quer de aniversário?


World peace! \o/ pode ser?

22.3.09

Construção de sonhos

Atiraram uma pedra na janela. E outra. E mais uma. Não passa de uma casa abandonada. E você faria o mesmo, mas aquela casa trata-se de seus sonhos. Você contrui ela peala primeira vez quando era criança, com palitos de picolé. Hoje é um sonho de verdade, mas a situação é de abandono.

Ninguém zombaria da casa se ela estivesse ocupada e cheia de vida. Mas muitas vezes os sonhos que construimos por toda uma vida... bem, a gente acredita que construiu em vão. Ao invés de reformar e fazer os ajustes necessários, parece mais fácil deixar de lado e recomeçar.

Hoje eu vou apenas reforçar os alicerces e passar uma nova camada de tinta. Trocar as vidraças e fazer um jardim. Esse sonho merece uma chance.

21.3.09

Tão fácil perceber que a sorte escolheu você

Encantamento

Às vezes leio minhas palavras
e parece que estou mastigando pedras
passeio por páginas e vejo almas encantadas
com olhos mágicos
e ouvidos sensíveis
que captam o que não podemos sentir
e suas belas almas conseguem transformar o mais banal em poesia

20.3.09

Distante

É um ponto. Aqui da minha perspectiva. Muito longe, muita trilha, muita vida. Mesmo assim vejo luz. E ouço músicas. Belas trilhas sonoras neste futuro remoto. E lá há riso e paz.

A única coisa que vislumbro daqui é que o caminho não é uma linha reta. E a estrada é estreita.

No telefone


- Eu lembro de uma jarra transparente com um suco cor-de-rosa...
- Meu Deus, você bebeu aquilo?
- Humm, não tenho certeza, acho que não... Lembro dele num lapso...
- Você tomou uma daquelas pílulas que o pessoal tava tomando no banheiro?
- Não lembro...
- Fumou alguma coisa?
- Não sei...
- Como você chegou em casa?
- Não faço a mínima ideia...
- Ao menos você ficou com o guri?
- Não lembro...
- Meu Deus!! Mas você lembra de ter batido a cabeça?
- Hummmm. Isso explica o galo na testa...

19.3.09

Victor Shklovsky disse...

É fácil ser cruel. Basta não amar.
É fácil amar. Basta ser rejeitado.

da peça Não sobre o amor

Apenas um diálogo

- Ai, não acredito!
- O que aconteceu? Vai dizer que achou uma lesma no alface?
- Pior...
- Nossa...
- Essa coisa empanada que eu peguei é cebola!
- Ah, isso? Ai, quanta frescura. Me passa aqui, eu gosto de anéis de cebolas empanados...
- Tó, pode pegar...
- Peraí. O que é isso?
- O quê? Essa mancha? Elas encostaram na beterraba.
- Ui! Não quero mais.
- Como assim? Você também pegou beterrabas.
- Sim, mas elas não tocam outras comidas.
- Nossa, depois eu que sou fresca. Você sabe que quando elas são mastigadas, elas se misturam de qualquer jeito, né?
- Não interessa. Assim eu não como. Eca.
- Aff...

Conversa com meus botões

Eu ia fazer uma piadinha sobre tequila quando resolvi escrever. Mas mudei de idéia. Ao invés, vou rever meus passos de hoje para saber como cheguei aqui. Ouvi Mallu, falei com a Fer e com a Helô, fiquei pensando sozinha no que estava sentindo, senti muitas saudades, vi Friends, recebi visita da Jeka, falamos sobre nossas crises, tive tédio por ficar doente e de cama, senti saudades, troquei scraps com a Carol, liguei no trabalho, dei risada com as folias da Duda e da Cuca, tomei cápsulas de vitaminas, tomei remédio (no comments), vi desenho animado, acordei, tive um sonho estranho. E antes de escrever tudo isso, eu li um texto que a Jeka me trouxe, que ela escreveu quando eu fiz 24 anos e chorei. Grrrr.

18.3.09

Come away with me

isso é uma continuação disso

ainda estou precisando
de uma abraço apertado que signifique amor
de alguém que me conheça e me entenda
que cumpra promessas
goste de música e poesia
de pôr-do-sol ou tédio de domingo à tarde
de aventura e marasmo
que acredite que possa dar certo
não precisa ser perfeito
mas que me mantenha sã

Choque entre o azul e o cacho de acácias


Vou fechar meus ouvidos por um instante para meditar

16.3.09

Estômago

Quando minha consciência já não tem mais voz
é ele quem assume a palavra
meu estômago me lembras das preocupações
fala pelo subconsciente
ele revira quando estou triste
queima quando tenho raiva
ele me lembra das coisas que estão trancadas em gavetas
sentimentos estocados que não podem ser liberados

meu estômago reclama quando a agenda está cheia
é ele que me informa quando estou apaixonada
ele embrulha diante de cenas grotescas
e ele quer me dizer algo agora

ainda não sei o que é
paixões estão na gaveta com os sentimentos
a agenda tem espaços em branco
tristeza? raiva? será?
preocupações incertas

o estômago falou mais alto

15.3.09

Manhã de domingo

O dia em que acordamos mais tarde. No qual nos damos mais chance de descansar ou sermos dominados pela preguiça. Nessas manhãs, a conversa com o travesseiro é mais à vontade. E nela eu concluo que sinto falta de me apaixonar.


13.3.09

A fuga

Quase parecia o paraíso
reinava a tranquilidade e paz de espírito
mas estes dias duraram pouco
agora a fuga é necessária
a busca pelo silêncio e um pouco de compreensão
mas como fazê-lo longe de casa?
por que os lares são tão imperfeitos?
apenas escapamos para bem perto
para dentro de nós
lá encontramos força
para enfrentar
para afrontar
para desafiar
eis que levanto minha voz a essa opressão

não tenho mais medo
mas a fuga ainda é um sonho

paz - subjetiva e volátil
onde resides?

Lista para antes de bater as botas


*Ter um bloco de papel para anotar idéias geniais e não deixar elas escaparem
*Acampar e dormir olhando as estrelas
*Andar de balão com a Mileide e com a Jéssica (rs)
*Quebrar as regras uma vez por semana
*Viajar para a Inglaterra e conhecer onde os Beatles nasceram
*Comprar uma guampa para tomar tererê em dias quentes
*Me perder num olhar
*Aprender a tocar um instrumento, de preferência um violoncelo
*Ler mais livros
*Olhar menos para o relógio
*Escrever o roteiro de um filme engraçado
*Descobrir uma grande certeza que não gera grandes dúvidas
*Comprar uma coqueteleira para fazer caipira de cerveja
*Perder o fôlego por um bom motivo com mais freqüência
*Cantar uma música em público
*Dizer "eu te amo" sem medo de não ser correspondida
*Ver mais filmes
*Viajar com os amigos para uma cidadezinha qualquer sem rumo
*Ter uma casa no campo com horta, pomar e jardim
*Aprender a tricotar outras coisas além de cachecol (já aprendi a fazer toca, uhuuu)
*Tirar mais fotos para colecionar momentos inesquecíveis
*Virar a casaca pelo menos uma vez no ano com a Jodely
*Ganhar um pandeiro de meia-lua para dias de silêncio
*Arranjar uma desculpa no trabalho para ficar em casa vendo TV debaixo das cobertas comendo brigadeiro
*Fazer mais amigos
*Manter os que tenho por perto e demonstrar o quanto eu os amo
*Aprender francês e ir para a França
*Comprar um baralho para dias de tédio coletivo
*Morar num lugar com espaço para ter cachorros
*Ouvir mais músicas
*Organizar um campeonato de mímica de nomes de filmes
*Fazer uma viagem com meus pais e irmãos
*Conhecer Macchu Picchu
*Ter um lugar para pendurar uma rede e celebrar a preguiça
*Reunir as Uatisdis numa festa de arromba
*Tomar uma cerveja britânica em um pub londrino com a Carol curtindo uma banda local
*Ir pra Oktoberfest da Alemanha com a Roberta
*Passar um final de semana em Porto Alegre
*Contar uma história que ninguém contou
*Acrescentar um item por dia na lista
*Riscar uma coisa da lista por dia

10.3.09

I'll be there for you

Você estava lá
pra brincar de casinha
estudar matemática antes da prova
contar histórias de terror
pra ir no cinema ver filmes bobos
desbaratinar no shopping
trocar figurinhas
dar um abraço apertado quando tudo vai mal
pra ouvir meus problemas
dar conselhos
rir das piadas
ir beber num bar de esquina
pra pagar mico junto
ir em festas sem conhecer ninguém
trocar idéia sobre músicas
pra ensinar uma receita
ajudar a trocar uma lâmpada
opinar na roupa
falar bobeira
pra ajudar a escolher sapato
inventar teorias malucas
ir no clube sábado a tarde
andar de bicicleta na chuva
pra dividir um chocolate
sugerir um livro
falar no telefone quando está sem sono
ou no msn bem cedo
pra contar os babados da festa
e sobre os caras gatinhos
confessar segredos
pra dar carona ou poso
ir num show bacana
ou siplesmente pra fazer companhia

tantas coisas que podia citar aqui
de todos os meus amigos queridos
que eu amo tanto

pelas pequenas coisas
que valem muito

9.3.09

Findo

Esgotou até o último pingo
e agora nada tenho a acrescentar
a não ser um volte sempre
um adeus ou até mais

8.3.09

Ela, de novo

O primeiro encontro foi aqui

Quando entrei no ônibus, ela já me esperava próxima à janela. Ela deveria estar guardando alguma mensagem. Sim, ela era a mensageira. De quem eu ainda não sabia. Talvez de algum oráculo. A verdade é que ela acertou da primeira vez. Disse que as coisas seriam simples e eu encontraria o que eu estava procurando. Foi o que aconteceu. Mas ela não tinha contato que duraria pouco. Que era apenas uma amostra grátis.

"Qual a boa de hoje?"

Os outros usuários de transporte coletivo passaram a suspeitar de minha sanidade no momento. "Ela já é minha conhecida, não se preocupem". É, isso só piorou a situação.

E lá estava ela parada a me fitar. Nenhuma mensagem. Comecei a questionar se ela queria apenas me fazer perder o ponto de descida. Sacanagem. Para não alarmar mais os colegas de ônibus, pressionei os dedos médio e indicador contra as têmporas, como fazia o Aquaman para conversar telepaticamente com os peixes. Lembro bem do efeito sonoro da brincadeira. Nininininininininininini.

"Achei que nunca mais a veria", pensei. Ela entendeu. "Eu encontrei o que não procurava. Foi melhor do que eu podia supor, mas mesmo assim acabou. Como sempre, as coisas vem e vão. Não temos como saber ao certo a duração desses pequenos encontros, então o importante é aproveitar enquanto duram. Finais podem significar recomeços... certo?"

O silêncio mais uma vez consentiu. "Mais alguma coisa?" Ela virou-se para sair pela janela. Me dei conta que era meu ponto. "Ah, sim. Obrigada". Ela se lançou pelo ar quente do exterior. Eu desci e segui o meu rumo.

7.3.09

Ok, ok

Conversa com meus botões

Ao poucos, abro espaço em meu coração...

6.3.09

As próximas horas serão muito boas

Mude uma coisa no seu dia, e todo o resto será diferente. Pegue outro ônibus, vá num horário diferente, pegue uma rua incomum. Você vai perceber que encontrará pessoas novas, conhecidos que há tempos não via. Hoje foi um dia de reencontros, amigos trazendo notícias do além mar, novidades e risadas. Bom saber que aqueles que não vemos com frequência ainda nos são próximos e acolhedores.

Hoje foi um dia que fez a diferença. e ainda estamos apenas na metade.

5.3.09

Nostalgia

Não sei explicar o que senti. Queria entender o motivo. Já foi há tanto tempo e muito se passou depois daquela época. Mas foi inevitável respirar aquele ar sem ver. Aquela gigante presença, maciça, quebrando as barreiras do tempo para infiltrar-se em minhas memórias. Seus gramados e bancos na praça. O imponente ipê-roxo que floresce no inverno. As salas repletas de almas. Por que me chamas quando eu passo? Já teve um pouco de mim em sua história.

Forças magnéticas me puxam enquanto passo na rua ao lado. E ao chegar no fim da quadra, fito sua fachada. Em segundos, as vozes dos rostos que pulam em minha mente falam comigo. Por trás de suas paredes conheci a vida. Descobri verdadeiros amigos-irmãos. Que falta eu sinto. Tanta que evito me aproximar. Raras são as vezes que venho a ela.

Mas hoje eu estava sozinha. Acompanhada apenas por minhas memórias. A nostalgia me encontrou na esquina e seguiu pela rua comigo. Ela me contou histórias que já esquecera. Apontou e sorriu para pessoas que já não estavam lá. É uma saudade imensa que teimo em visitar. Porque ela ocupa mais cômodos da mente do que deveria. Já faz parte dos ossos e sangue.

De vidro

Queria-te cristalizado em um domo
para ver-te e cuidar-te
e para proteger-te do mundo

nem precisava
já parecia jazer pálido em uma bolha
tão jovem e tão cheio de ferrugem
sem máculas ou malícia

e hoje percebo o egoísmo
não eras para mim

saiu pelo mundo
deixou o casulo
e agora percebo que é forte
que te faltava experimentar a vida

quis privar-te para manter a inocência
para que não precisasse sair debaixo das asas
ingênua era eu nessa história

4.3.09

Perfeição

Se nos esforçamos, não somos nós mesmos
Se não nos importamos, somos desleixados
Se bancamos o tal, estaremos mascarando
Afinal, como saber quem somos?

2.3.09

Cuidado com o que deseja

A contradição faz parte dos pedidos
às vezes é uma complicação antecipada
tentar evitar o próprio destino
e não se enforcar com a nossa própria corda

A garota que não se importava


Havia dias de sofrimento e dor, sim. Mas eles eram breves como lufadas de ar fresco no verão. Ela escolhia, então, não sofrer. Não pensar no assunto. Ela gostava que lhe chamassem por outro nome, era maluca e queria roubar cones das ruas.

Era tudo mais fácil para ela. Ela dançava e pulava como se ninguém olhasse. Cantava desafinada e batia palma. Não existia tempo ruim quando ela assim decidia. Inconsequente? Talvez. Mas ela era mais feliz nestes dias. Dias de eterno azul e pôr-do-sol alaranjado.

E ela dizia sim. Sim para a vida, sim para olhares curiosos. Ela não tinha medo de nada. Horizontes e amanhãs eram pretextos para fugir de casa. Eram portas abertas que ela não receava adentrar. Ela não tinha nada a perder.

Encontrei-a algumas vezes. Após o terceiro copo de cerveja. Um relance no espelho. Mas ela ficava pouco, preferia andar sem rumo, à procura da metáfora perfeita. Ela sorria sem motivo, gargalhava para sair de cena. Lembro bem do dia em nada importava. E ela nem sabia. Mas era mais fácil.

Hoje, em que tudo merece importância, ela resolveu ir embora.

Conversa com meus botões

Chega de drama... e alcool...