5.3.09

Nostalgia

Não sei explicar o que senti. Queria entender o motivo. Já foi há tanto tempo e muito se passou depois daquela época. Mas foi inevitável respirar aquele ar sem ver. Aquela gigante presença, maciça, quebrando as barreiras do tempo para infiltrar-se em minhas memórias. Seus gramados e bancos na praça. O imponente ipê-roxo que floresce no inverno. As salas repletas de almas. Por que me chamas quando eu passo? Já teve um pouco de mim em sua história.

Forças magnéticas me puxam enquanto passo na rua ao lado. E ao chegar no fim da quadra, fito sua fachada. Em segundos, as vozes dos rostos que pulam em minha mente falam comigo. Por trás de suas paredes conheci a vida. Descobri verdadeiros amigos-irmãos. Que falta eu sinto. Tanta que evito me aproximar. Raras são as vezes que venho a ela.

Mas hoje eu estava sozinha. Acompanhada apenas por minhas memórias. A nostalgia me encontrou na esquina e seguiu pela rua comigo. Ela me contou histórias que já esquecera. Apontou e sorriu para pessoas que já não estavam lá. É uma saudade imensa que teimo em visitar. Porque ela ocupa mais cômodos da mente do que deveria. Já faz parte dos ossos e sangue.

2 comentários:

workaholicarol disse...

A tela é de Nessandra Cordeiro.

E foi interessante ler esse texto ao som de single ladies :S

caroline p. disse...

meo... que saudade que me deu agora.