31.1.10

O forasteiro

Ele chega escondido e traz consigo os sentimentos que havíamos esquecido. Apenas os rastros de sua chegada já trazem à tona a desconfiança e medo. Aquela intolerância entre um e outro está de volta. O nervosismo na voz, o tom de ansiedade. Todos têm medo e a angústia se alastra como pólvora. Logo todos vociferam um contra o outro.

O forasteiro nem precisa estar presente. A simples menção do seu nome gera impaciência e frustração. A vontade de fugir e não deixar pistas. O desejo de cometer loucuras. Por que voltas, forasteiro? Sem chão e raiz, sempre volta. Tirando a paz e sossego.

Acha um rumo, forasteiro. Deixe o silêncio de nossos defeitos sob superfície. Não nos faça lembrar das imperfeições. Queremos fazer de conta que não há mal algum. Vai embora, por favor.

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