10.2.10

Farofa de ovo

Ontem fiquei o dia de cama. Febre. Dor de garganta. Como consolo, o dia foi frio e me permitiu estar debaixo de cobertas. E a noitinha, minha irmã fez farofa de ovo e dividiu comigo. Não lembrava quando foi a última vez que comi, mas lembrei das circunstâncias em que meu pai fazia durante a minha infância.

Farofa de ovo era meu café da manhã reforçado nos dias de desfile de escola em 15 de setembro, aniversário da cidade. Eu possuía uma veia participativa que me fazia voluntariar em diversas atividades escolares quando muito pequena.

Com 5anos, eu estava vestida de um uniforme verde e, na companhia de outras tantas crianças, desenhávamos a bandeira nacional na avenida. Aos 6, usava um conjunto rosa (saia rodada e uma blusa de gola estranha) e fazia umas coreografias com uma fita de cetim. Aos 7, saia de pregas e moletom branco (bem cheerleader) com pompons. Aos 8, mesmo uniforme e sombrinhas (sim, na cidade em que mais venta no mundo, tivemos que cortar alguns movimentos porque as sombrinhas viravam do avesso).

Depois disso, acho que só aos 14, voltei a desfilar, dessa vez, tocando um instrumento na fanfarra do colégio. Enfim, dia de desfile era aquela zona. Estar na escola às 7 h da manhã, pra desfilar perto das 11h e chegar em casa 13h. Meu pai, ciente dessa grande jornada, me estufava com a farofa de ovo logo cedo pra aguentar a peleia. Eu achava exagero, mas certas horas eu já estava azul de fome e o fervo não terminava nunca.

Muito interessante a sabedoria paterna... Hoje, lembro com carinho daqueles dias de farofa de ovo...

3 comentários:

caroline p. disse...

e eu que desfilei com um saco de lixo daqueles pretos no 7 de Setembro. ainda bem que eu nunca chegava até o final do desfile. sempre passava mal com o calor.

Unknown disse...

Farofa de ovo, virado de feijão, pão com banha, sardinha enlatada e suco de uva em garrafa de guaraná antartica! Logo que minha mãe foi embora, meu pai se esforçava, mas era isso que ele dava pra gente comer! Hahaha... saudades disso!

J disse...

Esse Renato sou eu Jéssica tá Carol!