12.12.10

A substituta

Não. Ainda não fazia muito tempo que a mala desocupara a soleira da porta. Ela se foi num breve adeus e numa partida sentida. E ela partiu meu coração. Mas ela não era insubstituível. Não era nenhuma Linda McCartney, a companheira perfeita. Talvez fosse a mais imperfeita das mortais. Ou assim queria que fosse para sentir-me menos rejeitado. Palavras chulas me vieram a mente.
...
Mas assim como ela foi, outras vieram. Ninguém como ela. Perfeitinhas demais, eu diria. Não possuíam a mesma arrogância, a mesma ousadia. Até me perceber vasculhando motivos fúteis para despedir-me também delas. Transitórias. Passageiras. Ninguém pra permanecer no posto imaculado de ideal. Que grande besteira.
Logo, me vi apegado à última substituta que me restara. Era a solidão, minha nova companhia.

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