17.4.09

Anita Philipowski disse... (trecho)

Os poentes da minha terra
São belos,
Tão belos,
Mas tão belos
Como nunca ninguém viu fora daqui.
Uns são roxos... outros amarelos...
Outros de bronze com pedrinhas de rubi...
E os cor de opala, então?
Lembram a palheta de algum pintor flamengo
As nuanças leves de um pôr-de-sol assim.
E os de seda cor-de-rosa?
E os poentes de verão?
À s vezes o poente de verão
É todinho borrado de carmim.

Há os de nuvens frágeis, esgarçadas,
Tocadas de luz desfalecente.
E a essas nuvens leves,
E luz desfalecente,
A gente olha e pensa...
Fica pensando que o ocidente sonha
Sonhos de renda, de gaze e nostalgia,
Sonha saudades para magoar a gente.
Patéticos... Uma rima de saudade,
Um verso do poema - nostalgia...
Tonalidades de exótica poesia,
De poesia apenas pressentida
Através do tempo e através do espaço...
Patéticos. Legendários. Quase irreais...
Estes poentes às vezes são assim.
Neles canta, e numa voz que ninguém ouve,
Um noturno...
Canta inaudível a alma de Chopin.

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