Os poentes da minha terra
São belos,
Tão belos,
Mas tão belos
Como nunca ninguém viu fora daqui.
Uns são roxos... outros amarelos...
Outros de bronze com pedrinhas de rubi...
E os cor de opala, então?
Lembram a palheta de algum pintor flamengo
As nuanças leves de um pôr-de-sol assim.
E os de seda cor-de-rosa?
E os poentes de verão?
À s vezes o poente de verão
É todinho borrado de carmim.
Há os de nuvens frágeis, esgarçadas,
Tocadas de luz desfalecente.
E a essas nuvens leves,
E luz desfalecente,
A gente olha e pensa...
Fica pensando que o ocidente sonha
Sonhos de renda, de gaze e nostalgia,
Sonha saudades para magoar a gente.
Patéticos... Uma rima de saudade,
Um verso do poema - nostalgia...
Tonalidades de exótica poesia,
De poesia apenas pressentida
Através do tempo e através do espaço...
Patéticos. Legendários. Quase irreais...
Estes poentes às vezes são assim.
Neles canta, e numa voz que ninguém ouve,
Um noturno...
Canta inaudível a alma de Chopin.
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