30.9.08

Complica comigo


Sempre que eu presenteio alguém com um livro, costumo dizer que na verdade estou dando uma oportunidade de uma viagem ou a chance de assumir uma nova identidade. Porém, tendo um papel e caneta na mão, ou melhor, teclado e ciberespaço, por que nos resumir às poucas linhas de nós mesmos?

Perguntaram-me porque o blog era dramático e as autoras complicadas. Oras, se eu tenho tanto espaço à disposição, por que me limitar a uma única versão, a minha versão, da realidade?

Fiquei conversando com meus botões as maravilhas de uma boa ficção. Com tantas histórias baseadas em fatos reais fazendo sucesso, tentei lembrar quando foi a última vez que escrevi uma história inventada. Não faz muito tempo, mas conheço muita gente que fez isso até o primário. Depois disso, só os textos expositivos, que eram uma chatice.

A Carol tem mais sorte, pois fez uma pós em literatura e tem se divertido escrevendo contos (há! Escrevi esse texto antes de você postar o conto, veja só!!).

Eu olho, então, esse vasto mundo imaginário em branco, um pseudônimo à mão e questiono se devo me apegar ao real ou à ficção. Creio que aqui, tudo é permitido. Principalmente dar vazão ao sentimento, como diz o Bidê ou Balde.

Farei exercícios de loucura, falarei a pessoas que não me ouvem, contarei mentiras e despir-me-ei de mim mesma. Não quero ser eu o tempo todo. Quero sonhar coisas impossíveis, vou desabafar, vou criar. Enfim, vou escrever. Porque escrever me alivia o espírito. Escrever me tira os pés do chão.

Acho divertida a capacidade que as letras têm de tornar um fato real em uma bela história. Gosto de tirar as palavras das prateleiras, dar uma espanada, assoprar o pó e colocá-las em uso.

Eu gosto de complicar e embaralhar o mundo, que nem é tão certinho assim, e fazer dele um amontoado de palavras.

Um comentário:

caroline p. disse...

nosso blog não é dramático. é apenas complicado por que refletimos a vida além da média. é um exercício pra nós duas.