23.9.08

Marinheiro de algumas viagens

Geralmente a primeira coisa que devemos fazer ao chegar em um novo blog é nos apresentar ou lançar nossas propostas e objetivos. Eu postei um outro texto antes porque já havia escrito e é melhor expulsá-lo de dentro de si como se fosse uma espécie de exorcismo. Uma vez fora de mim, não me pertence mais e eu não sou mais quem o escreveu.

Para começar, a idéia é ter aqui um espaço para uma reflexão existencialista. E veio em boa hora. Porque no momento eu mais existo do que penso em minha existência. Pensar e pensar nem sempre é tão bom assim. Passamos muito tempo planejando e concretizando pouco. Pensamos demais e quando vemos a vida passa correndo.

Mas às vezes é necessário cautela. Calcular o pulo. Decidir o caminho ante a bifurcação. Nem sempre tirar no cara ou coroa dá certo. Muito menos atirar uma moeda entre razão e emoção. Muitas respostas vêm no caminho. A viagem é longa, e os sinais estão distribuídos ao redor da estrada.

No momento me sinto em um dilema, um erro de percurso. A bússola gira desordenadamente. Me pergunto se realmente quero o que pareço querer. Às vezes, a minha impressão é que forço a me encaixar em coisas às quais não pertenço, por convenção, para me sentir aceita. E estão me desloco de mim mesma e já nem sei quem sou.

Às vezes sinto uma certa culpa. E me questiono se essa culpa é minha ou se é do pensamento ao qual estou tentando me adaptar. Eis que a existência não é mesmo tão simples. E se a vida fosse tão simples, sairíamos dela vivos.

Mas fazendo uma parada nesta viagem, olho para trás e vejo que muitas coisas foram se acertando no caminho. Olha para a frente e vejo rotas inexploradas. Arriscar é sempre uma chance. Apostar implica em vencer ou perder. O melhor é embarcar nesse trem e deixar que ele me conduza por seus trilhos bem fixados ao solo, antes de fazer minha trilha a pé.

Que comece o passeio!

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