Queria mudar

Alguns me conhecem apenas pelos excessos, pelas loucuras e humor ácido. Às vezes parece mais seguro expor apenas esse lado. A garota que não está nem aí. Que faz fiascos, sim, e não se importa. A garota boba, que só dá risada, que faz a linha sabe-tudo, que bebe sem limites.

Lembro que uma vez eu já quis muito mudar. Achava que era preciso para ficar mais próxima de quem eu queria por perto. Achava que meu jeito não agradava a todos, cheia de maluquices incompreensíveis para alguns. Às vezes me mostro pelos erros, pelas futilidades, pelas bobeiras.

Agora eu nem sei mais o que eu gostaria que as pessoas soubessem a meu respeito. O que é que não pode ser facilmente visto, quem eu estou escondendo afinal. Essa outra pessoa já foi soterrada por rótulos, caricaturas e esteriótipos. Talvez morreu sufocada.

Mas eu queria de verdade mudar. Queria ser mais sensível aos sentimentos alheios. Já fui taxada de insensível em várias ocasiões, por dizer coisas inoportunas ou preferir uma piada ao consolo. Mania de desviar assuntos...

Houve quem já pedisse pra eu continuar como sou e hoje já não me considera assim tão especial. Acho graça para não dizer o quão trágico isso me soa. Eu não queria ser morna... ou uma coisa ou outra. Seria bem melhor.

Talvez pareça bobeira esse desabafo, mas foi algo que senti a pouco. Um pensamento que me ocorreu e que é melhor ser logo exorcizado do que permanecer em minha cabeça.

Eu queria ser mais sociável (pessoalmente, online eu sou até simpatiquinha). Ser menos neurótica e complicada. Levar às coisas importantes a sério e não levar tão a sério coisas desimportantes. Não ter preguiça de conhecer bem as pessoas. Ser menos escandalosa.

São tantas coisinhas. Tantos parafusos soltos. Fobias descontroladas. Coisas que quem lê esse blog não deveria estar lendo agora. Eu sei que é tarde pra avisar, mas... pule esse texto, por favor.