para: Marina

Olá, Marina

Estou te escrevendo porque acabei de encontrar o Júlio. Ele me disse que te viu ontem na festa da Camila. Disse que você parecia bem e estava maquiada. Aí eu lembrei que você odeia se maquiar e fiquei pensando o que mudou.
Não que eu me importe. Longe disso. Fui eu que não te quis mais, lembra? (pelo menos, dá uma risada). É que eu acho que não adianta você ficar posando de descolada quando faz apenas alguns meses que eu te deixei e até esses dias você estava sustentando aquela cara de choro contínuo. É conselho de amigo: o sofrimento te cai bem.
Não sei se te ajuda, mas eu meio que menti quando te disse que você foi especial. É, eu disse isso pra Andréia, pra Luana e até pra Aline, que eu nem cheguei a namorar. Mas o fato é que eu sei que eu fui especial pra você. E, por isso, você deve correr pro urso de pelúcia que eu te dei ou se trancar no quarto e esquecer de comer.
Não pense que você foi a única que eu magoei. Deve ter umas quatro meninas que me odeiam. Tudo bem que, como você, três delas também já estão nas festas da vida fingindo que me esqueceram.
Eu não vou esquecer vocês. Sabe por quê? Por que eu sempre vou usar as minhas experiências falidas para justificar a minha solidão. Vou dizer que foi trauma e, por isso, não consigo me manter em um relacionamento sério.
Enquanto você dança com o Pedro (o Júlio me contou), eu estou saindo com a Paula. Lembra dela? Aquela loira que você odiava. Eu sempre encontro com ela e encho a cara nesses encontros. Ela nem reclama, tá?
Olha, você precisa me responder este e-mail, forçar motivos e implorar pra eu voltar. Eu vou tentar esquecer tudo o que você me fez, até o que eu não lembro.

Aguardo resposta,

André

tem a ver com isso