4.10.08

dom quixote e os moinhos de vento

Para ler ouvindo: Rise
Eddie Vedder

Faz pouco tempo que os moinhos de vento se tornaram apenas moinhos de vento. E pensar que isso era apenas uma escolha, como tudo na vida.
Sempre reclamamos do que não temos ou da situação em que estamos sem perceber que o primeiro passo para tudo começa como uma encruzilhada. O lado que se escolhe é onde se vai parar. Simples assim.
Há alguns meses, minhas desculpas resumiam-se ao destino: "não era pra ser", "era pra ser assim". Jogar tudo na conta do destino é o caminho dos conformados. Um disfarce para espantar a sensação de fracasso.
Essa é a primeira fase para sair da estrada das ilusões e cair na rodovia sinuosa da realidade. Encarar o fracasso de frente. Mas, como tudo na vida, a dor pode se estender e formar feridas ou tornar-se uma lição. Basta optar como seguiremos por essa via.
Para reconhecer que os moinhos de vento não eram ameaças terríveis, tive que lembrar dos verdadeiros dragões. A frustração de nunca conseguir completar o espaço de alguém que se foi para sempre ou o abandono de quem se confiava. Estes sim são monstros reais que permanecem comigo. A cada dia tento domá-los e consigo quase esquecê-los. O primeiro pesadelo vai ficar para sempre, tenho consciência disso. É algo que foge da minha capacidade. Quanto ao segundo, desaparecerá assim que eu voltar a confiar em alguém.
Hoje não me considero um fracasso. Muito do contrário, tenho maturidade para as escolhas saudáveis - e não conformadas. Sou um dom Quixote lúcido, com armaduras feitas de feridas cicatrizes. Apenas os bravos levam arranhões, somente os que caem na luta podem ser orgulhar disso.
* Esse texto não contém mensagens subliminares, nem recados para ninguém.

2 comentários:

J disse...

É ao mesmo tempo estranho e engraçado... porque por mais que a gente escolha um caminho, que no príncipio parece reto e fácil de percorrer com um resultado já definido, sempre surgem novas encruzilhadas e obstáculos. No fim das contas a gente sempre acaba se perguntando se o melhor não era ter ido pelo outro lado... e ainda cabe aquele velho ditado "A única coisa certa na vida é a morte". E mais... se fosse tudo simples, reto, fácil e a gente já soubesse onde ia chegar, não teria a menor graça... Esse deve ser um dos sentidos da vida, as incertezas... que podem tornar tudo mais alegre e divertido, como tbém trazer até nós dias nublados e feridas...

Talvez nem tenha muito a ver com a situação, mas foi isso que veio ao meu coração quando li o texto!
Amo vcs!

caroline p. disse...

é bem isso, Lucy. Mas o mais importante é saber como caminhar. Todo mundo faz escolhas erradas.